Tratamento Minimamente Invasivo De Lesões Cariosas Em Odontopediatria

Abstract

Dificuldades no atendimento odontológico das crianças, devido à necessidade de controle do comportamento e de suporte familiar adequado, além de peculiaridades relativas à anatomia dos dentes decíduos, suscitam o uso de técnicas de mínima intervenção para o controle da cárie dentária. Logo, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre o tratamento minimamente invasivo de lesões de cárie em dentes decíduos, abordando as características, indicações e limitações de diferentes técnicas dentro desse conceito. O controle de biofilme sem selamento dentário é uma abordagem na qual nenhum tipo de material restaurador é colocado para selar as cavidades, sendo instituída a higiene bucal de modo eficiente como estratégia para paralisar as lesões de cárie. O selamento da lesão sem remoção de tecido cariado prevê a utilização de selantes resinosos ou coroas metálicas diretamente sobre as cavidades, sem remoção prévia de tecido cariado. Já a remoção seletiva de cárie seguida de restauração é a técnica mais aceita e utilizada em odontopediatria, sendo atualmente considerado o padrão ouro, em detrimento da remoção total de tecido cariado. Apesar de a mínima intervenção ser bem aceita pelas crianças, sua aceitabilidade pelos responsáveis e odontopediatras ainda é questionável. Verificou-se que todas essas técnicas se apresentam como alternativas eficazes para o tratamento minimamente invasivo em odontopediatria. Entretanto, é fundamental o entendimento, participação e comprometimento dos familiares, tendo em vista que o controle do biofilme e da dieta possuem papel fundamental para garantir o sucesso desses tratamentos.

Odontologia Minimamente Invasiva em Tempos de Covid-19: Revisão de literatura / Minimally Invasive Dentistry in Times of Covid-19: Literature Review

“…Os profissionais que fazem atendimento do público adulto devem também se familiarizar com esses procedimentos (COSTA; MARTINS; RODRIGUES, 2020). A odontologia restauradora minimamente invasiva preconiza o uso de instrumentos manuais, que removam a cárie química e mecanicamente, removam parcialmente ou que selem a lesão e impeçam a sua progressão (REIS et al, 2020).…”

“…A remoção ideal é feita nas paredes circundantes e na parede pulpar em lesões moderadas até a dentina afetada, nas lesões profundas, a dentina amolecida pode ser deixada como parede pulpar com o objetivo de evitar exposições da polpa. Segundo Reis et al (2020), esse processo é considerado padrãoouro tanto para dentes decíduos, quanto para dentes permanentes.…”

“…É indicado pela facilidade da realização na odontopediatria, pela dificuldade do manejo comportamental e pela sua aplicação conservadora. Reis et al (2020), estão em conformidade com Medeiros, Vasconcelos e Vasconcelos (2020) acerca da aplicação do selante sem a remoção do tecido cariado e afirmam ainda que esse selamento pode ser realizado com a utilização de selante resinoso ou resina de baixa viscosidade (REIS et al, 2020).…”

“…Existem outras formas de controlar a cárie com condutas minimamente invasivas, uma é o controle de biofilme, onde as cavidades ou fóssulas e fissuras são expulsivas e adequadamente higienizadas pelo paciente durante a escovação. Nenhum material de selamento ou restaurador é utilizado, portanto, o profissional deve avaliar bem se o perfil do paciente é adequado para a conduta, orientar adequadamente, e, se necessário realizar aplicação tópica de flúor ou cimento de ionômero de vidro para forrar a cavidade e induzir a formação de dentina esclerosada (REIS et al, 2020).…”

“…As lesões de cárie profundas em dentes decíduos têm um percentual alto de sucesso clínico e radiográfico da remoção parcial quando comparada a remoção total não havendo diferença significativa, o que indica que a remoção parcial é um método confiável e minimamente invasivo. Essa técnica é essencial no serviço público, devido às condições econômicas ou à oferta insuficiente desses serviços no sistema público de saúde no Brasil, grande parte da população brasileira não tem acesso regular a serviços odontológicos especializados como endodontia, de modo que a doença geralmente é tratada por meio da extração do dente prejudicado (REIS et al, 2020).…”