RESUMOAs fraturas da diáfise do úmero (FDU) representam 3% das fraturas do aparelho locomotor; o terço médio da diáfise direita é o mais acometido. Seu tratamento é, na sua maioria, realizado por meio de métodos não cirúrgicos, mas as indicações cirúrgicas nas FDU são adotadas em situações cada vez mais frequentes. A diversidade de opiniões torna difícil o consenso sobre qual o tipo de osteossíntese, qual a técnica cirúrgica, a quantidade e a qualidade dos materiais de síntese a serem utilizados. Temos a impressão de que o melhor método para o tratamento cirúrgico das FDU está longe de ter um consenso entre os especialistas. Acreditamos que os métodos menos invasivos e que privilegiam a estabilidade relativa são os mais adequados, pois complicações mais temidas são menos frequentes.
INTRODUçãOAs fraturas da diáfise do úmero (FDU) representam 3% das fraturas do aparelho locomotor (1) . Estima-se que em torno de 60 novos casos de FDU em adultos são tratados por ano para cada grupo de 600.000 habitantes (2) . Com relação à localização, o terço médio da diáfise direita é o mais acometido e o tipo A da classificação AO é o mais frequente (3) , sendo as do tipo C as mais raras (4,5) . As fraturas expostas da diáfise do úmero são raras (2,6) . O tratamento das FDU é, na sua maioria, realizado por meio de métodos não cirúrgicos, com bons resultados funcionais (4,7,8) . Entretanto, existem situações e determinados tipos de FDU para as quais o tratamento conservador não se mostra eficaz. Amparados pelos sensíveis progressos das últimas décadas na cirurgia do traumatismo do aparelho locomotor, com melhores técnicas e materiais de osteossíntese, as indicações cirúrgicas nas FDU são adotadas em situações cada vez mais frequentes, como traumatismos múltiplos, fraturas expostas, fraturas bilaterais, fraturas patológicas, etc (9) . No tratamento cirúrgico das FDU, a técnica cirúrgi-ca, a quantidade e a qualidade dos materiais de síntese utilizados ainda são motivos de controvérsias, que serão abordadas nesta revisão.Rev Bras Ortop. 2010;45(1):12-6