O manejo da Tuberculose (TB) enfrentou barreiras geradas pela pandemia do coronavírus (2020-2021), provocando elevação nas mortes pela doença no mundo. Desse modo, o objetivo do estudo foi analisar o impacto da COVID-19 na morbimortalidade da TB no Brasil. Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional e quantitativo, de base documental com procedimento comparativo-estatístico. A coleta de dados teve como universo de pesquisa o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Os resultados demonstraram diminuição no número de notificações da doença entre 2019 e 2021 (10%). No entanto, a taxa de mortalidade aumentou, passando de 7.93% para 11.38%. A doença teve predomínio entre os pacientes do sexo masculino (70.13%), na faixa etária de 20 a 59 anos (77.38%), na cor/raça parda (49.34%) e com baixa escolaridade (41.38%). A maioria dos casos eram pulmonares (84.73%), novos (79.62%) e evoluíram para cura (53.38%). Um pequeno percentual dos casos, eram resistentes (.48%), principalmente a drogas de primeira linha. O estudo evidenciou o aumento na morbimortalidade da Tuberculose com o avento da pandemia do COVID-19. A co-infeção, a reativação da TB, a desestruturação do esquema de combate a Tuberculose, comprometeu o tratamento, a orientação ao paciente, a detecção precoce o que contribuiu para o aumento da morbidade da Tuberculose no período estudado.