Resumo A terapia ocupacional social se localiza ao longo da história como subárea que se constrói no Brasil, principalmente na emergência de estudar, pesquisar e questionar temas relacionados às contradições e injustiças sociais da sociedade capitalista, propondo ações terapêutico-ocupacionais que buscam o seu enfrentamento. No contexto da pandemia da COVID-19, os abismos postos por essas contradições têm ficado cada vez mais evidentes, nacional e globalmente, tendo em vista a desigualdade estrutural existente. A população em vulnerabilidade social é a maior impactada pelos seus efeitos, dada a ausência e/ou insuficiência de recursos, estratégias de prevenção e/ou tratamento da doença em seus cotidianos, associados às dificuldades de realizar o isolamento social, a manutenção do emprego e da renda, bem como o menor acesso à saúde e ao saneamento básico. Frente a isso, compreende-se que as questões macrossociais têm relação direta com o desenvolvimento da doença e a forma como afeta os diferentes grupos populacionais. Desta forma, destaca-se a importância das contribuições da terapia ocupacional social, no âmbito da pesquisa e/ou intervenção, baseadas em um pensar/fazer que acolha os desejos e as necessidades dos indivíduos e grupos, que problematize os impactos das desigualdades estruturais na vida cotidiana, que fortaleça movimentos de afirmação da vida, da autonomia, da cidadania e dos direitos. Por fim, fomentando estratégias de igualdade e reconhecimento, na democratização das possibilidades de dar continuidade à vida em meio e após a pandemia.