ResumoObjetivos: O achado de hidronefrose fetal tem sido observado cada vez com maior freqüência, e é provável que, com a melhoria dos equipamentos ecográficos, essa observação seja crescente. Neste presente estudo, apresentamos uma avaliação de crianças portadoras de hidronefrose fetal, com o objetivo de analisar as causas mais freqüentes de hidronefrose fetal e a evolução a longo prazo.Métodos: Em um período de 13 anos, 148 crianças foram admitidas no estudo e submetidas a um protocolo previamente estabelecido: na admissão, era iniciada a quimioprofilaxia e procedida a avaliação de imagens do trato urinário, consistindo de realização de uretrocistografia miccional e ultra-som. Os estudos seqüenciais foram determinados pelos achados nessa avaliação inicial.Resultados: No neonato, o achado mais freqüente foi de obstrução de junção pielo-ureteral em 35 (24%) pacientes, seguido de hidronefrose não-obstrutiva em 26(18%). A mediana de seguimento foi de 38,7 meses. Em relação à função renal, 13 (8,8%) pacientes evoluíram para a insuficiência renal crônica, e 11 (7,4%), para o óbito no período seguimento. O mau prognóstico esteve associado à presença de obstrução uretral.Conclusões: A hidronefrose fetal é um indício de importantes anomalias do trato urinário e uma oportunidade de uma atuação em nível de prevenção secundária, evitando infecções urinárias e mantendo um fluxo urinário adequado nas crianças portadoras de uropatias.
J. pediatr. (Rio J.). 1997; 73(4):252-258:hidronefrose, feto, ultra-som, uropatias, trato urinário.
AbstractObjective: Fetal hydronephrosis is being detected with increasing frequency and probably this observation will increase as the quality of ultrasound equipment improves. This study evaluated etiology and postnatal clinical outcomes of prenatally detected hydronephrosis.Methods: In a period of 13 years 148 infants were referred with fetal hydronephrosis. The initial evaluation, after prophylaxis, included ultrasound and voiding cystography. Sequential evaluation was determined by initial findings.Results: Postnatal predominant diagnosis were pelviureteric junction obstruction (24%) and hydronephrosis without obstruction (18%). Follow up median was 38.7 months. Renal function deteriorated in 13 (8.8%) children and 11 (7.4%) died during follow up. Bad prognosis was associated with urethral obstruction.Conclusions: Fetal hydronephrosis is a clue of urinary tract anomalies. Urinary tract infections and delay in postnatal diagnosis must be prevented in children with this uropathy.