Este trabalho busca apresentar uma contribuição sobre o canal de tomada de risco da política monetária, ao analisar se o ambiente de redução das taxas de juros aumentou o comportamento de assunção de riscos bancários. Utilizou-se 2.722 observações anuais do banco de dados do COSIF no período de 2000-2019, e não se encontrou uma predominante relação negativa entre taxas de juros e tomada de risco, medida por ativos de risco e empréstimos inadimplentes. Contrariamente, existe uma pequena relação positiva entre empréstimos inadimplentes e taxas de juros. Nas estimações, empregou-se ainda características dos balanços e demonstração de resultados com variáveis de tamanho, capitalização, lucratividade e eficiência, a variação do PIB – para a heterogeneidade em condições macroeconômicas –, e uma variável para a crise financeira em 2008-2009. Os resultados são robustos para uma série de especificações diferentes que levam em consideração a potencial endogeneidade das taxas de juros e/ou a dinâmica do risco bancário.