Este artigo apresenta uma contribuição para a literatura econômica a partir da análise do impacto de choques monetários nas principais variáveis macroeconômicas e no mercado de crédito no Brasil entre 2011 e 2020. São utilizadas três metodologias de modelos VAR clássico (nas formas estrutural e reduzida) e bayesiano (na forma reduzida). Os resultados indicam que, após o choque positivo no spread bancário, o produto se move rapidamente, nos primeiros meses, no sentido negativo, sugerindo que a taxa básica de juros Selic (que tem influência no spread) se alastra para o mercado de crédito. Pelas funções impulso-resposta, o que se percebe é a pouca influência da taxa Selic nas variáveis de produto e preços. Ao contrário, são estas que influenciam a taxa de juros, o que pode indicar uma reação do Banco Central e das expectativas ante as mudanças nas principais variáveis econômicas. Quanto ao crédito, parece que ele não influencia muito a maioria das variáveis.Palavras-chave: mecanismos de transmissão monetária; canal de crédito bancário; VAR clássico; VAR bayesiano; Banco Central.
Este trabalho busca apresentar uma contribuição sobre o canal de tomada de risco da política monetária, ao analisar se o ambiente de redução das taxas de juros aumentou o comportamento de assunção de riscos bancários. Utilizou-se 2.722 observações anuais do banco de dados do COSIF no período de 2000-2019, e não se encontrou uma predominante relação negativa entre taxas de juros e tomada de risco, medida por ativos de risco e empréstimos inadimplentes. Contrariamente, existe uma pequena relação positiva entre empréstimos inadimplentes e taxas de juros. Nas estimações, empregou-se ainda características dos balanços e demonstração de resultados com variáveis de tamanho, capitalização, lucratividade e eficiência, a variação do PIB – para a heterogeneidade em condições macroeconômicas –, e uma variável para a crise financeira em 2008-2009. Os resultados são robustos para uma série de especificações diferentes que levam em consideração a potencial endogeneidade das taxas de juros e/ou a dinâmica do risco bancário.
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