2020
DOI: 10.1590/2316-40186110
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Uma nova velha história: sobre censura e literatura LGBT+

Abstract: Resumo Se, por um lado, o objeto livro se conformou historicamente como instrumento de poder hegemônico, por outro, corrobora, a partir da pluralidade de conteúdos, para a existência, não apenas ficcional, de identidades múltiplas. De encontro a essa premissa, a censura contra conteúdo LGBT+ para crianças e adolescentes ganha contorno hodierno durante a Bienal do livro do Rio de Janeiro. Com o objetivo de interpretar a resposta do público acerca do episódio, sua relação com aspectos socioculturais e, principal… Show more

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“…Como as vivências de pessoas LGBT são expressões contra-hegemônicas que desestabilizam as normas sociais e a "heterossexualidade compulsória" 42 , é possível que as iniciativas decorrentes da luta política do Movimento LGBT no Brasil, que levou o Estado a construir políticas públicas, tenham fomentado reações de segmentos mais conservadores da sociedade brasileira 43 , como a mencionada anteriormente, da Advocacia-Geral da União, instituição que assessora direta, imediata e pessoalmente o presidente da República. No Brasil de 2019-2021, mesmo que o poder institucionalizado -representado pelo presidente da República e por seus aliados políticos -simbolize a vitória do conservadorismo firmado em valores morais cristãos, historicamente machistas e homofóbicos, o efeito rebote, de resistência e de defesa às ações afirmativas, materializa-se nas diversas esferas sociais do país 44 .…”
Section: /198195unclassified
“…Como as vivências de pessoas LGBT são expressões contra-hegemônicas que desestabilizam as normas sociais e a "heterossexualidade compulsória" 42 , é possível que as iniciativas decorrentes da luta política do Movimento LGBT no Brasil, que levou o Estado a construir políticas públicas, tenham fomentado reações de segmentos mais conservadores da sociedade brasileira 43 , como a mencionada anteriormente, da Advocacia-Geral da União, instituição que assessora direta, imediata e pessoalmente o presidente da República. No Brasil de 2019-2021, mesmo que o poder institucionalizado -representado pelo presidente da República e por seus aliados políticos -simbolize a vitória do conservadorismo firmado em valores morais cristãos, historicamente machistas e homofóbicos, o efeito rebote, de resistência e de defesa às ações afirmativas, materializa-se nas diversas esferas sociais do país 44 .…”
Section: /198195unclassified
“…Após o golpe parlamentar de 2016, especialmente durante o mandato de Jair Messias Bolsonaro, numa espécie de continuum intensificado de medidas que tiveram início com Michel Temer, foram tentadas ou implementadas diversas medidas -articulando as esferas política, econômica e cultural -com o objetivo de censurar, por exemplo, determinados livros de literatura literária. Além disso, houve intenso empenho para promover uma pseudoneutralidade do currículo escolar, propagada pelos defensores do projeto da escola dita sem partido, entre outras medidas que afrontam o Estado democrático de direito e a legislação federal (LOUREIRO et al, 2022, MALTA;FLEXOR;COSTA, 2020, RESENDE et al, 2021. Aliás, com características típicas de cada momento histórico, os controles ou censuras político-ideológicas perpassam a história geral e a história da educação brasileiras, especialmente em momentos ou conjunturas de suspensão do Estado democrático de direito ou de vigência de outras formas exacerbadas de autoritarismo.…”
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