O presente artigo busca refletir ― com base n sobre o futuro da escrita em Flusser e, ainda, a partir da materialidade do livro digital ―, sobre a experiência da leitura em ambiência digital. De abordagem dedutiva e partindo de uma perspectiva qualitativa, a partir da caracterização do livroaplicativo como exemplo de prescrição e os protocolos na leitura como uma espécie de sobrescrição, a investigação alcança resultados que apontam para a atualização do pacto de leitura que, por sua vez, indica a aceitação tácita do leitor em permitir ser lido pela plataforma-livro que, no que lhe concerne, também lê o seu leitor.
Resumo Se, por um lado, o objeto livro se conformou historicamente como instrumento de poder hegemônico, por outro, corrobora, a partir da pluralidade de conteúdos, para a existência, não apenas ficcional, de identidades múltiplas. De encontro a essa premissa, a censura contra conteúdo LGBT+ para crianças e adolescentes ganha contorno hodierno durante a Bienal do livro do Rio de Janeiro. Com o objetivo de interpretar a resposta do público acerca do episódio, sua relação com aspectos socioculturais e, principalmente, em que medida o ambiente livresco se reverbera nessas postagens, propomos uma análise de redes semânticas do corpus selecionado. Para a fundamentação teórica, baseamo-nos na historiografia do livro e da literatura, nos estudos culturais e nos estudos de gênero. Como resultado, em suma, discutimos quatro temáticas centrais que apontam para o interesse pela leitura do conteúdo distribuído ou seu rechaço; a relação entre educação e vigilância direcionada às crianças; o sentimento de pertencimento por parte da comunidade LGBT+; a moral cristã como argumento contrário à ação.
O artigo discute as implicações da materialidade dos livros-aplicativos na experiência da leitura, reconhecendo atores que impõem a atualização dos protocolos de leitura propostos por Chartier. Partindo da natureza da mídia livro digital, o artigo avança apresentando os protocolos do sistema, na leitura e no espaço. Articulam-se operadores conceituais da literatura livresca e da mídia, sobretudo, as noções acerca dos protocolos de leitura e da pragmática computacional da new media. De abordagem exploratória, a partir da revisão de literatura, o artigo aponta para resultados que indicam a natureza da mídia como propulsora de protocolos que colocam a materialidade como ponto central das transformações leitoras em ambiente digital.
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