A sucessão na agricultura familiar consiste no processo de transferência de terra, poder e capital do patriarca para a próxima geração, considerando o fator continuidade das atividades e valores familiares, frente aos atrativos da vida urbana. Verifica-se uma tendência de migração dos jovens rurais para a cidade, fruto de um conjunto de elementos como oportunidades profissionais e ascensão social, penosidade das atividades rurais, em relação ao baixo retorno financeiro dentre outros fatores que norteiam a tomada de decisão acerca do permanecer ou partir do ambiente rural. Todavia, quais são as perspectivas para a mulher em termos de sucessão familiar no ambiente rural? Quais os gargalos? Neste sentido o presente estudo buscou identificar a dinâmica da sucessão geracional na perspectiva de gênero na agricultura familiar, no município de Iporá-GO e cidades vizinhas, por meio da aplicação de questionários para possíveis sucessoras, para criar um cenário local acerca do tema. Os municípios analisados estão localizados na região Oeste do estado de Goiás, tendo as atividades agropecuárias relevante papel na geração de renda e por possuir predominantemente pequenas propriedades conforme classificação do imóvel rural. Os resultados sinalizam na identificação de 72% em interessadas a participar do processo, com a perspectiva de continuar e potencializar o que vem sendo desenvolvido e 28% não se interessam pois já possuem outras fontes de renda que exigem menos fisicamente, ou por possuir outros sucessores ou por serem casadas e residirem na cidade.