“…Em nossa análise, pretendemos entender como as PEs estão presentes em um determinado conjunto de pesquisas nacionais, para discutir aproximações e distanciamentos entre a apropriação brasileira e os movimentos de conceituação original das PEs. Nesse sentido, consideramos que: (i) as pesquisas brasileiras da área de Educação em Ciências têm dispensando grande atenção ao papel das práticas da ciência no ensino, por favorecerem o envolvimento dos(as) estudantes nos processos de produção, avaliação, comunicação e legitimação do conhecimento científico, e favorecerem compreensões sobre como os processos sociais da Ciência justificam nossas crenças nos modelos, leis, teorias e conceitos científicos (Ramos & Mendonça, 2021); (ii) ao longo da constituição do construto nos estudos de Kelly, sempre se desenvolveu o argumento a favor de um foco em PEs para a aprendizagem de ciências, em uma perspectiva sustentada por uma visão que equilibra epistemologia, história, filosofia e sociologia da ciência; (iii) o ensino de ciências no Brasil ainda carece de uma incorporação consistente das PEs ao cotidiano da sala de aula; e (iv) as pesquisas têm o papel de dialogar com as escolas, transformando o ensino e a aprendizagem. Assim, julgamos importante compreender como se deu a construção de sentidos sobre o construto de PEs em pesquisas brasileiras sobre Educação em Ciências, tendo como objeto de investigação a forma como ele se compõe e se recompõe no diálogo com a comunidade que dele se apropria, em constantes movimentos de acomodação e dissolução.…”