“…Ademais, 53 presos morreram de tuberculose, pneumonias ou complicações decorrentes de infecções pulmonares (20). https://doi.org/10.17566/ciads.v11i2.892Já em São Paulo -estado que concentra a maior população confinada do país -, em 2017, a Secretaria de Administração Penitenciária contabilizou 532 mortes, sendo que 484 óbitos foram classificados como mortes naturais(21), termo que opera como categoria de ocultação, visto que mascara, convertendo em causas naturais, as torturas sistemáticas, a violação de direitos básicos e a política do fazer definhar, encobrindo processos estatais de fabricação da morte(22).no Rio de Janeiro, as taxas de detecção de tuberculose nas prisões são 30 vezes maiores do que as observadas na população em liberdade (24) -, passando pelos surtos de sarampo, meningite meningocócica e, como vimos, beribéri, os cárceres operam como espaços de produção e disseminação de doenças. A lista de doenças é vasta, englobando problemas osteomusculares, devido à péssima qualidade dos colchões e à superlotação, enfermidades do aparelho digestivo, ligadas à dieta oferecida, e doenças respiratórias, decorrentes da aglomeração e ausência de ventilação e iluminação adequadas(25).…”