A avaliação psicológica constitui sempre um processo complexo e que deve atender às especificidades inerentes ao indivíduo, ao grupo ou à comunidade. Assim, não se verificam exceções no que respeita às populações com exteriorização de condutas desviantes e, dentro deste grupo muito alargado, devem ainda ser consideradas as especificidades subjacentes ao tipo de comportamento e ao contexto da sua manifestação. Propomos um plano/roteiro de avaliação voltado para jovens com comportamentos desviantes, com maior ou menor flexibilidade no seguimento dos procedimentos aconselhados, sempre em função das características do alvo de avaliação. Tendo por base a revisão da literatura e a experiência adquirida no âmbito do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Consumos e Delinquências (GCD), da Clínica Pedagógica de Psicologia (CPP) da Universidade Fernando Pessoa (UFP), delineámos um protocolo de avaliação, com o objetivo de nortear o conjunto de procedimentos, aquando da avaliação de jovens com sinalização de problemas comportamentais. Trata-se de uma proposta que procura abarcar uma vertente mais impressionista, em que se analisam aspetos mais subjetivos, apelando a técnicas como a observação e a entrevista, não deixando escapar os aspetos mais objetivos, através do recurso a técnicas e a instrumentos mais estruturados.