Enfocando o conto “Balada da Xefina”, de João Paulo Borges Coelho (2005) e o romance
As mulheres do Imperador
, de Ungulani Ba Ka Khosa (2018), ambos escritores e historiadores moçambicanos, o presente texto discute a interseção entre memória, história e literatura a partir da figura do herói representada nas duas obras ficcionais. Argumenta-se que o domínio linear e moralizante sobre a narrativa nacional moçambicana e, portanto, sobre os considerados heróis é uma estratégia de legitimação discursiva fomentada pelo partido no poder desde a independência nacional (1975), em um exercício de continuar governando por meio do “script da libertação” (BORGES COELHO 2019), conforme pretende-se mostrar através de casos recentes em diálogo com os textos literários escolhidos e a historiografia produzida (e/ou silenciada) no país.