A adolescência é um período complexo e dinâmico do ponto de vista físico, social e emocional na vida do ser humano. É nesse período, entre a infância e a fase adulta, que ocorrem diversas modificações físicas e instabilidade emocional, além da inserção social, profissional e econômica na sociedade (1) .Essa fase de transição e de vulnerabilidade requer dos profissionais de saúde um olhar sensível para que a promoção e educação em saúde sejam voltadas às reais necessidades do indivíduo, levando em consideração o meio cultural e social em que está inserido (2) .O público adolescente carece de cuidados preventivos em relação à saúde reprodutiva. A iniciação sexual tem sido cada vez mais precoce, contribuindo para elevar a preocupação com a saúde desse grupo vulnerável, principalmente os adolescentes de baixa escolaridade e menores de idade, cujo acesso ao conhecimento sobre os métodos contraceptivos está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) (3) os quais, se utilizados adequadamente, podem evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a gravidez não planejada (4) .A gravidez na adolescência é considerada um acontecimento precoce e, na maior parte das vezes, não é planejada, ocasionando sérias implicações para o menino e a menina, como o afastamento da vida escolar, riscos para a saúde da mãe e para o feto, conflitos com a própria família e, além disso, os sonhos desses adolescentes acabam adiados ou abdicados. Os sentimentos de solidão, medo, angústia e preocupações podem surgir em consequência da gestação não planejada na adolescência (5) .Em relação aos fatores que contribuem para o aumento da gravidez não planejada na adolescência, destacam-se questões sociais, econômicas, familiares, de gênero, culturais e de educação (5) e as dificuldades de acesso a programas de planejamento familiar (6) .