Resumo: A Neuropatia DiabĂ©tica PerifĂ©rica (NDP) estĂĄ relacionada Ă s alteraçÔes no sistema neuromuscular atravĂ©s do aparecimento de sintomas como fraqueza e atrofia muscular. Este trabalho analisou a Velocidade de Condução da Fibra Muscular (VCFM) de 22 indivĂduos adultos durante a contração isomĂ©trica voluntĂĄria mĂĄxima no mĂșsculo tibial anterior, utilizando um eletromiĂłgrafo de alta densidade (HD-sEMG) de 32 canais. Os indivĂduos foram divididos em trĂȘs grupos: indivĂduos saudĂĄveis (n = 7), indivĂduos com diabetes tipo 2 sem NDP (n = 8) e com NDP (n = 7). Os dois grupos de indivĂduos com diabetes apresentaram VCFM menor que o grupo controle, sendo que a diminuição da VCFM para diabĂ©ticos com NDP (5,75±0,22 vs. 3,71±0,21, p<0,000001) Ă© mais acentuada que para diabĂ©ticos sem NDP (4,76±0,41, p<0,0001). Conclui-se que estas alteraçÔes sĂŁo devido a perda da unidade motora e consequentemente atrofia da fibra muscular ocasionadas pela Diabetes Mellitus e a NDP. Palavras-chave: Neuropatia diabĂ©tica perifĂ©rica, velocidade de condução da fibra muscular, sistema neuromuscular, eletromiografia de alta densidade.
Abstract: Diabetic Peripheral Neuropathy (DPN) is related to changes in the neuromuscular system with symptoms such as muscular atrophy and weakness. This work analyzed the Muscle Fiber Conduction Velocity (MFCV) of 22 adults during maximal isometric voluntary contraction of tibialis anterior muscle, using a 32 channel High-Density Surface Electromyography (HD-sEMG). The subjects were divided into three groups: healthy (n = 7), diabetic without DPN (n = 8) and diabetic with DPN (n = 7). Both diabetic groupsshowed reduced MFCV when compared to control, which is even lower for diabetic with DPN (5.75±0.22 vs. 3.71±0.21, p<0.000001) than for diabetic without DPN (4.76±0.41, p<0.0001 [6]. Mais tarde aparecem os primeiros sinais clĂnicos de disfunçÔes motoras que consistem na perda da força nos mĂșsculos distais localizados nos membros inferiores [7,8], afetando principalmente mĂșsculos com maior proporção de fibras do tipo I como o Tibial Anterior (TA) [9,10]. Estudos tĂȘm relatado que disfunçÔes musculares no TA podem levar a alteraçÔes na distribuição da pressĂŁo plantar, e consequentemente, gerar uma deformidade Ăłssea (calos) que, com a marcha contĂnua pode evoluir para ulceração [11,12]. Acredita-se que a maioria das Ășlceras dos pĂ©s diabĂ©ticos se desenvolvem como resultado da ação repetitiva do estresse mecĂąnico (pressĂŁo) gerado durante a marcha [13]. As amputaçÔes em membros inferiores dos indivĂduos diabĂ©ticos sĂŁo geralmente devido a Ășlceras plantares [5].Embora os sintomas motores nĂŁo sĂŁo relatados no inĂcio da NDP, existem evidĂȘncias que as alteraçÔes no sistema motor ocorrem ao mesmo tempo que as disfunçÔes sensoriais [14]. PorĂ©m, devido a um mecanismo compensatĂłrio caracterizado pelo processo de denervação e reinervação, caracterizado pela perda contĂnua da Unidade Motora (UM) unida a reinervação das fibras ĂłrfĂŁs, o neurĂŽnio motor permanece mais preservado, escondendo o envolvimento do sistema neuromuscular no c...