Recebido em 16/9/09; aceito em 8/12/09; publicado na web em 25/3/10 SPECTROPHOTOMETRIC DETERMINATION OF CEPHALEXIN IN PHARMACEUTICAL FORMULATIONS EXPLORING ITS CHARGE TRANSFER REACTION WITH QUINALIZARIN. This work proposes a new simple and fast spectrophotometric method for cephalexin determination in pharmaceutical formulations. The method is based on the charge transfer reaction between cephalexin and quinalizarin in dimethylsulfoxide medium. Several analytical parameters related to the system were optimized and the reaction was characterized in terms of stoichiometry. Also, association constant and apparent molar absorptivity of the product were determined. The method presented a limit of detection of 0.46 mg L -1 and a quantification limit of 1.5 mg L -1. It was successfully applied in the determination of cephalexin in two samples of commercial pharmaceutical formulations.Keywords: cephalexin; charge transfer reaction; spectrophotometry.
INTRODUÇÃOA primeira fonte das cefalosporinas, Cephalosporium acremonium, foi isolada em 1948 a partir do micro-organismo denominado Brotzu do mar, em uma localidade próxima a uma saída de esgoto na costa da Sardenha, Itália. Foi constatado que os filtrados não tratados de cultura destes micro-organismos inibiam in vitro o crescimento de Staphilococcus aureus. Posteriormente, verificou-se que os líquidos de culturas nos quais o fungo da Sardenha era cultivado continham três antibióticos distintos, que foram denominados inicialmente de cefalosporina P, N e C. Com o isolamento do núcleo ativo da cefalosporina C, o ácido 7-aminocefalosporânico, e com o acréscimo de cadeias laterais, foi possível produzir substâncias semissintéticas com uma atividade antibacteriana muito maior do que a substância original. A partir desta constatação foram produzidas as cefalosporinas de primeira geração, entre estas a cefalexina (ácido 7-(D-2-amino-2-fenilacetamido)-3-metil-8-oxo-5-tia-1-azabiciclo [4.2.0]oct-2-eno-2-carboxílico), um antibiótico largamente utilizado na medicina humana para o combate de diversos tipos de infecções. A cefalexina (Figura 1) é extensamente comercializada no Brasil, uma vez que está presente em diversas formulações farmacêuticas de diferentes fabricantes.
1No Brasil, atualmente, a automedicação constitui-se em um grave problema de saúde pública. Os antibióticos aparecem em segundo lugar entre os medicamentos mais utilizados pela população, sendo superados apenas pelos analgésicos. No caso dos antibióticos, o seu uso exagerado, entre outros fatores, pode levar ao aumento da resistência bacteriana, tornando o medicamento cada vez mais ineficaz no tratamento da infecção.2 Neste contexto, o controle rigoroso das quantidades administradas aos pacientes pode ser considerado um assunto de importância social e econômica. Sem dúvida alguma, um dos aspectos importantes deste processo diz respeito ao controle das quantidades de princípios ativos presentes em medicamentos comerciais, o que exige o desenvolvimento de metodologias analíticas rápidas, simples, baratas e confiáveis...