Em um recente editorial 2 , o jornal The New York Times aborda os muitos avanços no cuidado neonatal ocorridos nas últimas décadas e o seu impacto na mortalidade dos neonatos mais vulneráveis. "Na década de 1960, quando foram inauguradas as primeiras unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs), os prematuros tinham uma chance de óbito de 95%. Atualmente, têm uma chance de sobrevida de 95%" 2 . Sem dúvida, esse avanço foi decorrente dos esforços implacáveis dos cientistas para preencher as lacunas de conhecimento sobre o assunto e dos clínicos que se concentraram nas lacunas de implementação. As observações laboratoriais, tais como a que apresenta o efeito maturacional do esteroide pré-natal no desenvolvimento pulmonar 3 , foram testadas em grandes ensaios controlados randomizados e postas em prática pelos clínicos 4 , embora muitas vezes em ritmo lento. No entanto, o uso de esteroide pré-natal, cuja eficácia e segurança têm sido demonstradas em vários outros ensaios e metanálises 5 , ainda não foi aprovado em gestações prematuras; assim, o seu uso em milhões de grávidas em todo o mundo poderia ser considerado uso "off-label" 6 . Todavia, outras descobertas, como a observação da ausência de bolhas nas vias aéreas de animais prematuros com doença pulmonar, levaram ao rápido desenvolvimento e aplicação de tensoativos comerciais aprovados para o uso específico em neonatos 7 .Estima-se que de 40 a 80% dos medicamentos utilizados na UTIN sejam off-label ou não licenciados 8 ; isso é especialmente importante devido ao grande número de medicamentos que exigem prescrição médica administrados a neonatos hospitalizados. Nesta edição do Jornal de Pediatria, Carvalho et al. 9 Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste editorial.Como citar este artigo: Jain L. The conundrum of off-label and unlicensed drug usage in neonatology. J Pediatr (Rio J). 2012;88(6):449-51.http://dx