A traça-das-crucíferas, Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Yponomeutidae), é considerada como uma das pragas mais importantes das plantas da família Brassicaceae no Brasil e no mundo (Talekar e Shelton, 1993). Os danos por ela causados acarretam a depreciação do produto, o atraso no crescimento da planta e mesmo a sua morte. Este inseto é originário provavelmente da região Mediterrânea e está presente nos cinco continentes. O custo para o seu controle pode representar até 50% do custo total da sua produção (Lim, 1986).Dentre as diferentes técnicas de supressão populacional da traça-dascrucíferas, o controle químico tradicional é sem sombra de dúvida o mais empregado. Ainda que os danos por ela causados justifiquem a adoção dessa medida de controle, sua implementação traz riscos de intoxicação de produtores, animais domésticos e selvagens, pode deixar resíduos nos alimentos, que são consumidos via de regra in natura ou com pouco preparo. Também existe a possibilidade de contaminação do ambiente e danos aos inimigos naturais Como alternativa ao controle quími-co, métodos biológicos têm sido estudados e desenvolvidos, cabendo mencionar o uso de inimigos naturais, como parasitóides, predadores e microrganismos entomopatogênicos (Monnerat e Bordat, 1998). O microrganismo mais amplamente utilizado em controle biológico é o Bacillus thuringiensis (Bt). Esta bactéria produz uma ou várias proteínas tóxicas para a traça-das-crucíferas (Monnerat et al., 1999), tendo como grande vantagem de utilização sua especificidade aos insetos sensíveis, seu efeito não poluente ao meio ambiente, sua inocuidade aos mamíferos e invertebrados e ausência de toxicidade às plantas (Whiteley e Schnepf, 1986; OMS., 1987).Cabe salientar que existem relatos de migração da traça-das-crucíferas em várias partes do mundo, sugerindo a existência de diferentes populações, que podem ter suscetibilidades diferentes ao Bt. Trabalhos recentes têm sido realizados para verificar a variabilidade gené-tica entre populações em diversas espé-cies de insetos por meio da análise molecular do DNA (Frohlich et al., 1999;Lima et al., 2002).Este trabalho foi realizado para verificar se quatro populações de P. xylostella oriundas de diferentes partes do mundo apresentavam diferenças quanto a susceptibilidade ao B. thuringiensis e variabilidade genética, observada em reações de RAPD-PCR.
MATERIAL E MÉTODOSOs insetos utilizados foram coletados na Ilha da Reunião, Brasil, Benin e Filipinas, e mantidos em laboratório nas seguintes condições: Temperatura: 28°C±2, fotoperíodo: 14/10 e UR: 70%.Os testes de suscetibilidade foram realizados por meio de bioensaios, conduzidos com larvas de segundo estágio da primeira geração de P. xylostella oriundas das diferentes localidades.
ABSTRACTCharacterization of geographically distinct populations from plutella xylostella to B. thuringiensis berliner and RAPD-PCR.Four populations of Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Yponomeutidae) isolated in Brazil, Reunion Island, Philippines and Benin were evaluated for susceptibility t...