A rede hidrográfica do rio Guamá é um sistema hidrológico bastante complexo em razão da inter-relação entre ambientes rurais e urbanos que sofrem influência antrópica em diferentes graus, principalmente em razão de atividades econômicas. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi diagnosticar o uso e ocupação do solo, morfometria e a precipitação pluvial na área da sub-bacia do rio Guamá (nordeste paraense). Em seguida, com bases nas informações de variáveis físico-geográficas selecionadas estabelecer um diagnóstico sobre a vulnerabilidade ambiental. Foram usados processos de sensoriamento remoto e dados secundários para o estudo morfométrico (Shuttle Radar Topography Mission – SRTM), uso e ocupação da terra (imagens do satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS-4 – China-Brazil Earth Resources Satellite) e precipitação para os anos de 2015 a 2017 (CHIRPS – Climate Hazards group Infrared Precipitations with Stations). Para o estudo da distribuição cartográfica da vulnerabilidade ambiental foi aplicado o cruzamento de mapas base de geologia, tipo de solo, relevo, tipo de cobertura vegetal, clima e uso e ocupação da terra através da operação de álgebra de mapas e considerando-se o princípio de análise ecodinâmica. A área de estudo apresentou características físicas desfavoráveis ao abastecimento hídrico por localiza-se em altitude baixa e não ser bem drenada. Contudo, as características do relevo sugerem o favorecimento de baixo escoamento da água e baixa susceptibilidade à erosão e alagamentos. Em relação a quantidade de chuva foram registados elevados valores de precipitação (média anual mínima de 2.295 mm e máxima de 2.729 mm) que não se distribuem igualmente ao longo do ano e demonstram concordância com o comportamento esperado para a região (período chuvoso entre os meses dezembro e maio e período menos chuvoso entre os meses de junho a novembro). Notou-se maior porcentagem (aproximadamente 57%) de área classificada como solo exposto e vegetação rasteira do que área classificada como vegetação densa ou secundária (aproximadamente 42%). A redução e a ausência de cobertura vegetal primária em alguns trechos da área de estudo foram evidenciadas e demonstra-se a importância do monitoramento deste tipo de cobertura para a região. Na sub-bacia do rio Guamá as áreas de baixa, média e alta vulnerabilidade apresentaram as maiores porcentagens de ocorrência (aproximadamente 28%, 29% e 26%, respectivamente); e, representam áreas com constante ação de processos pedogênicos e morfogênicos. Desta forma, ressalta-se a importância do controle da expansão das atividades antrópicas, retirada da vegetação primária e respeito aos preceitos legais da legislação ambiental brasileira.