Esse estudo teve como objetivo avaliar possíveis interações do tipo medicamento-alimento e medicamentoplanta medicinal envolvendo antidiabéticos e anti-hipertensivos na atenção primária à saúde de Caicó, RN, Brasil. O estudo foi do tipo transversal, de caráter descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa em duas farmácias distritais de Caicó, RN. O objeto de estudo constituiu-se de todas as segundas vias das prescrições de medicamentos elaboradas durante o período de agosto a dezembro de 2019. Para avaliação das interações medicamento-alimento foram utilizadas as bases de dados Micromedex, Drugs.com e Up to Date, além do bulário disponibilizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pela carência de bases de dados referentes a plantas medicinais, a avaliação das interações medicamento-planta medicinal baseou-se em artigos indexados via Periódicos Capes e Google Scholar. Foram analisadas 569 prescrições, nas quais constavam 11 anti-hipertensivos e 3 antidiabéticos. Foi constatado que 10 medicamentos apresentavam interações significativamente importantes, entre elas, 6 consideradas negativas (1 leve, 4 moderadas e 1 moderada a grave) e 4 positivas. Ademais, foi possível 7 medicamentos estavam envolvidos em interações do tipo medicamento-planta medicinal e todas foram consideradas positivas/negativas a depender da dose e frequência de administração do medicamento e da planta medicinal. Portanto, é de suma importância o desenvolvimento de mais estudos sobre este tema bem como sensibilização e instrumentalização de profissionais de saúde e usuários acerca do manejo adequado da terapia farmacológica, a fim de usufruir das interações benéficas bem como evitar impactos negativos sobre a efetividade terapêutica e a segurança do paciente que algumas interações podem causar.