Objetivo: analisar o consumo de substâncias psicoativas por médicos de um hospital de alta complexidade do estado do Piauí. Método: estudo transversal realizado com 90 profissionais médicos. A coleta dos dados ocorreu entre dezembro de 2018 e julho de 2019, por meio de questionário semiestruturado, composto por variáveis sociodemográficas, ocupacionais e relacionadas à saúde e ao consumo de substâncias psicoativas, além dos instrumentos Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test e o Alcohol Use Disorders Identification Test. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, odds ratio, teste de qui-quadrado e teste de correlação de Pearson. Resultados: Dentre as substâncias psicoativas mais consumidas, destacou-se o álcool (94%). Dentre as ilícitas, verificou-se o uso de maconha (97,6%) e inalantes (97,6%). Quanto às motivações para o consumo de substâncias psicoativas, o uso recreativo (57,7%) e para relaxamento (26,6%) foram mais prevalentes; em relação ao contexto, predominou o uso para descanso (48,8%). De modo geral, os participantes apresentaram baixo risco para o consumo de substâncias psicoativas. Conclusão: O comportamento de risco identificado direciona a atenção para demandas e necessidades de cuidado em saúde mental. Importa considerar que médicos estão expostos a contextos de estresse e adoecimento em decorrência dos fatores de risco ocupacionais presentes no ambiente laboral, bem como das rotinas exaustivas, resultado de longas jornadas de trabalho e múltiplos vínculos empregatícios. Assim, emerge a necessidade de fortalecer o círculo de proteção em saúde do trabalhador voltado ao enfrentamento da problemática