As campinas e campinaranas são ecossistemas amazônicos de grande importância, sobretudo, na Bacia do Rio Negro, As campinaranas são fitofisionomias florestais onde predominam plantas de metabolismo C3. Já as campinas são fitofisionomias abertas caracterizadas pela abundância de plantas C4. Estes ecossistemas estão frequentemente associados aos Espodossolos, que possuem horizonte espódico pela migração do humos proveniente dos horizontes superficiais e posterior acúmulo em alguma região do perfil. Estudos têm mostrado que a dinâmica de retração e expansão entre campinas e campinaranas está relacionada a processos pedogenéticos e morfogenéticos. Os objetivos deste trabalho são verificar se na área de estudo tem ocorrido a expansão ou a contração das campinas sobre as campinaranas e propor um modelo para explicar esta dinâmica. Foi traçado um transecto da borda do baixo platô em direção a seu centro de modo a contemplar as principais fitofisionomias presentes na região. Ao longo deste transecto foram abertas trincheiras para descrição pedológica e coleta de amostras para realização de análises físico-químicas e de razão isotópica do carbono. Esta última foi procedida em amostras dos horizontes A e Bh. As interpretações feitas com base na literatura disponível sobre a evolução da paisagem da região, nos resultados das análises físicas e de razão isotópica do carbono sugerem que as campinaranas, que estão associadas aos Espodossolos, têm expandido em função da retração das campinas que se encontram sobre Gleissolos ou Organossolos. O processo motriz desta dinâmica está relacionado à incisão dos cursos d’água nos platôs culminando na drenagem e exaustão da fração argila destes últimos.