As primeiras infecções por SARS-CoV-2 foram identificadas no final de 2019, apresentando uma alta taxa de contaminação e representando grandes desafios aos sistemas de saúde globais. Esse estudo, do tipo transversal retrospectivo, foi realizado no Tocantins, com 113 sobreviventes à internação pela Covid-19 grave, submetidos à hospitalização entre abril e setembro de 2020. Buscou-se descrever os perfis sociodemográfico, de saúde e de estilo de vida pré-infecção. A maioria dos sobreviventes era do sexo masculino, de idade mediana igual a 56 anos, autodeclarados pardos, com média escolaridade e renda básica. A maioria não era tabagista ou etilista, mas relatou dificuldades para dormir e pouca ou nenhuma prática de atividades físicas. Considerando as características clínicas, 90,3% dos pacientes relataram a presença de comorbidades preexistentes, sendo a hipertensão arterial sistêmica (54,0%) e a dislipidemia (33,6%) as mais prevalentes. Devido às condições de saúde prévias, os medicamentos mais utilizados foram anti-hipertensivos (51,3%) e estatinas (16,8%). O perfil da população estudada sugere que a idade avançada, ser do sexo masculino, possuir baixa escolaridade e baixa renda, fazer uso de fumo e de álcool, a inatividade física e a presença de comorbidades podem ter sido fatores de suscetibilidade, relacionados à gravidade e ao tempo de internação pela Covid-19.