No Brasil, as Áreas de Reserva Legal (ARLs) destinam-se à manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos, porém pode-se explorá-las economicamente de forma sustentável. Para restauração e uso desses espaços degradados, são recomendados os sistemas agroflorestais biodiversos (SAFs), que são apontados como sustentáveis, por proporcionarem, simultaneamente, benefícios ambientais e socioeconômicos. O objetivo desse trabalho é propor dois arranjos de sistemas agroflorestais biodiversos destinados à restauração de ARLs no ecótono entre Cerrado e Mata Atlântica e no bioma Cerrado, com viabilidade socioeconômica, visando atender ao Código Florestal Brasileiro e subsidiar aos agricultores para restauração de passivos ambientais, produzirem alimentos e gerarem renda nessas áreas. Realizou-se um estudo multidisciplinar para a indicação das espécies arbóreas e arbustivas nativas, bem como as espécies destinadas à geração de renda e os respectivos desenhos para cada um dos SAFs, as estimativas de produção, comercialização e geração de renda. Para a análise de viabilidade econômica, utilizou-se as técnicas de avaliação de investimentos de capital, como: Valor Presente líquido, Taxa Interna de Retorno, Valor Anual Uniforme Equivalente, Payback atualizado, Índice de Lucratividade, Taxa Interna de Retorno Modificada, relação Benefício/Custo e Modelo de precificação de ativos financeiros, onde foram inseridos dados de receitas e despesas que refletem a realidade da agricultura familiar, verificando sua rentabilidade ao longo de 20 anos. Os resultados demonstraram que sistemas agroflorestais biodiversos podem ser adotados pelos agricultores para implementarem a “recuperação produtiva” de Áreas de Reserva Legal, gerando renda desde o primeiro ano após sua implantação, mantendo-se ao longo do tempo.