Este artigo discute prescrições médico-higiênicas para a vida diária de mulheres, tomando como fontes principais teses médicas defendidas na Faculdade de Medicina da Bahia, no século XIX, localizadas na Biblioteca Gonçalo Moniz, da Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador/BA. É recorrente nos assuntos abordados nas teses médicas analisadas o discurso em torno da educação feminina, com diversas temáticas que enfocam regras de higiene para o corpo e prescrições a respeito do comportamento a ser seguido pelas mulheres nos espaços doméstico e público. Dentre essas prescrições, os médicos apontavam o casamento como medida profilática para os males da saúde da mulher e indicavam a idade ideal para as meninas, jovens e mulheres se casarem. A medicina construiu um discurso sobre a educação feminina, considerando o casamento como uma medida preventiva/curativa para as mulheres a fim de evitar determinadas moléstias. Os discursos médico-higiênicos em torno de prescrições higiênicas para o casamento da mulher decorriam da influência da moral católica e do domínio do patriarcalismo e resultou em violência e dominação masculina, com repercussões negativas que podem ser evidenciados no tempo presente.