“…No contexto específico dos CSP, um estudo com enfermeiros demonstrou que o reconhecimento dos casos de violência e a identificação de sinais e sintomas durante a prática assistencial foi favorecida pela relação de vínculo e proximidade com os pacientes e pela escuta qualificada e que além da abordagem mais clínica e curativa (perante sinais físicos), os enfermeiros procederam ao encaminhamento para outras equipas de apoio familiar e/ou para a atenção secundária de saúde (nível de cuidados mais especializados; Sousa et al, 2021). O défice de conhecimentos sobre violência, e a falta de formação durante o percurso académico, é também apontado pelos profissionais de saúde (Alshammari et al, 2018;Oliveira et al, 2020), reforçando a necessidade Revista de Enfermagem Referência 2023, Série VI, n.º2: e29533 DOI: 10.12707/RVI23.21.29533 de formação teórica e técnica aos enfermeiros que lhes permita lidar, reconhecer e identificar vítimas de violência. Adicionalmente, o medo de ofender e abstenção de juízos de valor, da intromissão e a falta de habilidades de comunicação parecem ser limitadores de uma intervenção mais efetiva (Alshammari et al, 2018;Oliveira et al, 2020).…”