Violência Física E Psicológica Perpetrada No Trabalho Em Saúde

Abstract

RESUMO Objetivo: analisar a presença da violência física e psicológica entre trabalhadores da saúde, identificar seus perpetradores e compreender a origem das agressões. Método: estudo de abordagem mista. Os dados quantitativos foram coletados sobre amostra aleatória de 269 profissionais da equipe de saúde em hospital público da Região Sul do Brasil, dentre os quais, 20 sujeitos, vítimas de violência, compuseram sequencialmente a etapa qualitativa. Resultados: a violência física atingiu 15,2% (n=42) dos profissionais e a violência psicológica 48,7% (n=135) dos trabalhadores por meio de agressões verbais, 24,9% (n=69) sofreram assédio moral, 8,7% (n=24) discriminação racial e 2,5% (n=7) assédio sexual. Mulheres foram as principais vítimas da violência física, assédio moral e discriminação racial (p<0,05). Técnicos de enfermagem foram os mais expostos à violência física e assédio moral (p<0,05). O paciente foi o principal agressor da equipe de saúde (35,4%, n=98), seguido pelos colegas de trabalho (25,3%, n=70), chefia (21,7%, n=60) e acompanhantes (15,5%, n=43). Agravos neurológicos, abuso de álcool e de outras drogas foram relacionados à origem da agressão, razões que atenuaram a culpa dos pacientes pela violência. As condições impróprias de trabalho geraram revolta dos pacientes e entre os profissionais. Aspectos da organização do trabalho no hospital público foram apontados como causas para conflitos que repercutem em violências. Conclusões: a violência psicológica foi prevalente, mulheres e técnicos de enfermagem foram os mais expostos e pacientes os principais perpetradores. São necessárias medidas de contenção e prevenção, bem como investimentos sobre as condições e a organização do trabalho no hospital.

Workplace Violence Suffered and Witnessed by Nursing Professionals in the Intensive Care Unit

“…The aggressor was the patient (53.17%), followed by the patient's relative (18.25%) and a colleague working in the unit (15.87%). The data in Dal Pai's study 26 pointed out that the patient was also the main agent of physical violence (90.5%), this fact may be related to staying longer in direct contact with the patient.…”

Violência na Estratégia de Saúde da Família: riscos para a saúde dos trabalhadores e ao atendimento

“…Tais relatos além de exporem a problemática da falta de resolutividade dos problemas de ordem técnica e assistencial, perpassam as representações que os trabalhadores possuem sobre o perfil dos pacientes agressivos, que por se mostrarem descontrolados passam ser objeto da assistência, exigindo habilidades para o enfrentamento da violência e refletem as relações de poder no espaço social do trabalho 4 . Por sua vez, devem-se considerar atributos como longitudinalidade, abrangência da integralidade, orientação para comunidade e competência cultural dos profissionais, pois na medida em que são concretizados no dia a dia do trabalho transformam a visão da violência e suas causas como um preocupante determinante social de saúde e que exige intervenções planejadas, de cunho intersetorial e com a participação da comunidade 7 .…”

“…E-mail: carolnascimento0402@gmail.com Editora responsável: Helena Maria Scherlowski Leal David profissionais e dos usuários nem sempre se estabelecem por interseções, ocasionando conflitos, por vezes, de difícil resolução. A ausência de uma escuta negociadora aliada à cultura da violência estabilizada na sociedade pode caracterizar terreno fértil para a eclosão da violência no trabalho e suas consequências para os profissionais e o cuidado realizado [4][5][6] .…”

Sistema De Informações Geográficas E Bioepidemiológicas Para Monitoramento Da Contaminação Por Covid-19 (Sarscov-2) Na Região Metropolitana Do Recife, Pernambuco - Br

“…Todavia, apesar dos esforços mundiais, no dia 11 de março, a OMS declarou o estado de pandemia(ARGENTA et al, 2020). Consequentemente, os atritos nas relações geram um espaço propício para a ocorrência de situações de violência laboral, que para a OMS, consiste no ato de uma interação negativa de vários fatores, com ênfase na organização e condições de trabalho, associado a uma má relação entre trabalhador e agente agressor seja interno ou externo ao âmbito de trabalho(PAI et al, 2018).Assim como as demais profissões, o trabalho na área de saúde traz riscos dos mais variados, e a violência é um deles. Devido a estes trabalhadores se relacionarem diretamente com o público que assistem, frequentemente, se encontram em uma posição de incerteza quanto a sua própria segurança física, psicológica e emocional.…”

“…se tem observado durante a pandemia, estudos que apontam como as condições desfavoráveis dos serviços podem ser consideradas fatores que favorecem agressões entre pacientes e profissionais de saúde, ou até mesmo entre os próprios profissionais. Outros fatores predisponentes são oriundos de uma má administração dos serviços de saúde que também impactam no processo de harmonização do ambiente de trabalho(PAI et al, 2018;FERNANDES;PASSOS, 2018).No tocante a escassez de insumos, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) como máscaras cirúrgicas e N95, luvas, capotes entre outros, tem causado importante reflexo nos comportamentos dos profissionais. Desde o inicio da pandemia, o evidenciado aumento no consumo dos EPI's nas unidades de saúde tem gerado conflitos e preocupação aos profissionais, visto que estão colocando sua saúde em risco ao trabalharem com baixas condições de trabalho(MENESES, 2020).…”