Violência Psicológica Contra Mulheres Usuárias Da Atenção Primária À Saúde

Abstract

Rev. APS. 2018 jul/set; 21(3): 437 -449.VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA MULHERES USUÁRIAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE RESUMO Objetivo: descrever a ocorrência da violência psicológica contra a mulher usuária da Atenção Primária à Saúde, no município de Petrolina/PE, e os fatores associados. Métodos: estudo transversal com 392 usuárias da Atenção Primária à Saúde. Foram realizadas entrevistas com mulheres de idade igual ou superior a 18 anos. Lançouse mão da distribuição de frequência com intervalo de confiança, assumindo a distribuição Binomial, testes Qui-Quadrado de Pearson e/ou Exato de Fisher e regressão logística binária. Adotou-se significância de 5%, confiança de 95%. Resultados: foram entrevistadas 392 mulheres, observando-se prevalência de 37,8% de violência psicológica. A maioria dos eventos ocorreu em domicílio, com agressores conhecidos. Fatores associados à ocorrência da violência psicológica foram a faixa etária e a escolaridade, sendo significativos em mulheres mais jovens e com nível superior. Essas características aumentaram a chance de sofrer violência psicológica. A associação entre as características sociodemográficas e econômicas e o agressor apontou uma maior ocorrência em mulheres com filhos, assim como uma maior participação do parceiro íntimo na agressão de mulheres com faixas etárias maiores. Conclusão: a ocorrência da violência psicológica perpetrada por conhecidos predominou e alguns fatores sociais se apresentaram relacionados ao aumento da chance de ocorrência da violência. PALAVRAS-CHAVE:Violência contra a Mulher; Atenção Primaria à Saúde; Fatores Socioeconômicos. ABSTRACTObjectives: to describe the occurrence of psychological violence against women users of the Primary Health Care system, and associated factors, in the city of Petrolina, PE. Method: cross-sectional study with 392 Primary Health Care users. Interviews were conducted with women age 18 or over. Frequency distribution with a confidence interval assuming the Binomial distribution, Pearson's and/or Fisher's exact chi-square tests, and binary logistic regression were used. Significance of 5%, with 95% confidence was adopted. Results: among the 392 women interviewed, a 37.8% prevalence of psychological violence was observed. Most of the events occurred at home, with aggressors known to the victims. Factors associated with the occurrence of psychological violence were age and education, being significant in women who were younger and had a higher educational level. These characteristics increased the probability of suffering psychological violence. The association between sociodemographic and economic characteristics and the aggressor indicated a greater occurrence in women with children as well as a greater involvement of the intimate partner in aggression toward women in more advanced age groups. Conclusion: the occurrence of psychological violence perpetrated by known persons predominated, and some social factors appeared related to the increased probability of the occurrence of violence.

Análise das notificações de violência por parceiro íntimo contra mulheres, Brasil, 2011-2017

“…Such differences can be reasonably explained by obvious methodological distinctions between cross-sectional surveys and studies based on records from information systems, especially when considering that psychological abuse tends to be more neglected and hardly recognized. Besides, in most cases, women only look for health or police care when violence exceeds the barrier of psychological damage and starts causing injuries caused by physical violence 12 . Many women have difficulties to recognized themselves as being victims of violence 13 .…”

Ideação suicida em mulheres e violência por parceiro íntimo

“…Essa forma de expressão da violência, juntamente com a violência moral, são complexas, silenciosas e se expressam por meio de insultos ou constrangimentos à parceira, fazendo-a se sentir mal a respeito de si mesma, além de depreciações, ridicularizações ou humilhações diante de outras pessoas 23 . Estudo evidencia que estes tipos de violência geram danos devastadores para as vítimas, a citar: dores crônicas, síndrome do pânico, depressão, distúrbios alimentares e comportamento suicida 24 .…”

Estudo comparativo das notificações da violência contra a mulher antes e durante a pandemia do COVID-19 no Planalto Norte Catarinense

“…22 A ocorrência da violência psicológica está presente na vida de mulheres mais jovens e com nível superior. 23 Os resultados apontam que houve diminuição em praticamente todos os tipos de violência em comparação a antes da pandemia, mas a forma mais comum da manifestação da violência contra a mulher permanece a agressão física, seguida pela psicológica ou moral, outros tipos de violência, a sexual, a negligência ou abandono, a tortura com incremento de 1 caso em 2020.…”