“…Relativamente à segunda fonte estatística, os estudos de públicos, de frequentadores efetivos de um dado equipamento ou evento cultural, mais recentemente, e no domínio do património, o exemplo maior em Portugal situa-se nos museus e tem nos estudos sociológicos de 14 museus com tutela da DGPC a principal referência (ver, por todos, Neves et al, 2019), Especificamente quanto ao património imóvel são ainda muito escassos, conhecendo-se o estudo sociológico sobre os públicos do Parque Arqueológico do Vale do Côa (Lima & Reis, 2001) e, mais recentemente, na área da museologia, um estudo que analisou os públicos de um monumento (Igreja do Mosteiro de Leça do Balio) e de dois museus (Paço dos Duques de Bragança e Museu Abade de Baçal) com tutela da Direção Regional de Cultura do Norte (Semedo et al, 2018;Semedo et al, 2020) Quanto aos inquéritos à população, não existe em Portugal a linha de estudos sobre práticas culturais que as tutelas da cultura de vários países promovem -como por exemplo França (Lombardo & Wolff, 2020), Inglaterra (Department for Digital, Culture, Media and Sport, 2021), Espanha (Ministerio de Cultura y Deporte, 2019) e Estados Unidos da América (National Endowment for the Arts, 2019) -justamente com o objetivo de informar as políticas públicas da cultura quanto ao acesso e participação da população. Para os anos mais recentes é possível, porém, mobilizar alguns dados relevantes, incluindo sobre património cultural, a partir do Eurobarómetro de 2017 designadamente quanto à visita (45% da população visitou pelo menos uma vez um monumento nos últimos 12 meses), quanto à importância atribuída ao património cultural (96% considera que é importante para o país) e à vivência (12% reside num ambiente, área, cidade ou edifício histórico considerado como tendo valor patrimonial cultural) (Eurobarometer, 2017).…”