Visitas domiciliares no Brasil: características da atividade basilar dos Agentes Comunitários de Saúde

Abstract

RESUMO Caracterização das visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil. Estudo transversal, amostragem aleatória por conglomerados. 1.526 agentes entrevistados em 100 municípios, com representatividade nacional. A maioria dos agentes era composta por mulheres, com ensino médio completo e mediana de idade de 39 anos. Visitas domiciliares são realizadas frequentemente por 99,1% dos agentes, sendo que 67,4% fazem pelo menos uma visita mensal. Visitar famílias com menores de um ano de idade e gestantes de risco até 15 dias foi referido por 70,4% dos agentes; 40,3% afirmaram programar frequentemente visitas com profissionais da unidade; 80,9% adotavam critérios para sua realização. Nas visitas, mais de 45% orientavam sobre serviços de saúde e verificavam cartão de vacinação; quase um terço questionava sobre doenças prevalentes; entre 20% e 25% entregavam e orientavam o uso de medicamentos, pesavam crianças e cadastravam famílias; menos de 20% verificavam condições ambientais e realizavam busca ativa de faltosos. Essas falhas podem estar associadas à baixa participação da equipe no planejamento da visita, indicando problemas na organização do processo de trabalho dos agentes. Destaca-se a importância da Visita Domiciliar no desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Extended Family Health Center from the perspective of Community Health Agents

“…The profile of the CHA mentioned here is similar to that pointed out in other studies regarding gender and age group, reinforcing the idea of feminization of the workforce in the health sector in Brazil (Mota, 2015;Nunes et al, 2018). The activities under the responsibility of the CHAs involve, among others, filling out the registration forms, assisting families, carrying out home visits, participating in the team meeting, accompanying pregnant women and child development and encouraging health promotion actions (Ministério da Saúde, 2017).…”

“…They are able to perform health-promoting educational actions and encourage the community to improve quality of life (Mota, 2015). According to Nunes et al (2018), the work performed by CHAs is characterized by two distinct perspectives: technique, which refers to care provided to families, involves actions intended to prevent diseases and monitor groups at risk; and the political perspective, in which these workers help to organize the territory under coverage, considering changes in the community's lifestyle that directly affect the health conditions of the service's users.…”

Desafios e propostas para ampliação da testagem e diagnóstico para COVID-19 no Brasil

“…The Brazilian and international response to the HIV/AIDS epidemic showed that testing decentralization is fundamental to increase the early diagnosis of the infection, and the rapid link to care, also through the application of RT for screening by trained lay people [67][68][69] . In this way, primary health care (PHC), which is the preferred gateway to the SUS, can play an essential role in expanding testing, as it is present in the remote Brazilian locations 70 , with teams of community workers accessing communities 71 , and health professionals trained in the application of other RTs (HIV, syphilis and viral hepatitis) 72 . Thus, PHC can become the central locus for decentralized and democratized RT to identify COVID-19 cases in the Brazilian territory, with an active search of cases and contacts, with the link of users to quarantine strategies, and the provision of primary care to those infected with mild symptoms and the articulation with other points in the health care network.…”

Perfil das competências do agente comunitário de saúde frente o diagnóstico de sífilis congênita

“…Na prática, o quantitativo de visitas depende da demanda de cada comunidade e da densidade demográfica local. Nunes et al, (2018) Research, Society and Development, v. 9, n. 7, e847974935, 2020 (CC BY 4.0 Porém, o que ocorre na realidade, é que há uma alta demanda de famílias a serem visitadas e uma porcentagem de ACS inferior. Isso sobrecarrega os ACS, trazendo sofrimento pessoal e prejudicando o acompanhamento das famílias assistidas por eles ( Martines et al, 2007;Santos et al, 2011;Ferraz & Aertz., 2005).…”