As cardiopatias congênitas (CC) são malformações anatômicas do coração de difícil diagnóstico pré-natal, bem como complexo tratamento. Estão entre as principais causas de morbimortalidade neonatal com prevalência crescente na população. Devido à escassez de evidências científicas sobre o tema e o difícil acesso ao diagnóstico e tratamento adequado, até mesmo pelos serviços especializados em CC, em 2017 o Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita foi instituído no SUS. O presente estudo tem como objetivo avaliar o cenário das CC no Brasil. Nesta revisão bibliográfica foram consultadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVSBrasil), com dados dos últimos 20 anos no Brasil, LILACS, MEDLINE, e Scielo e realizou-se uma busca com os descritores "Cardiopathy" AND "Congenital" AND "Acyanotic" ou "Cyanotic" ou "Brazil" no período de 2015-2020. Dos 87 artigos encontrados, 11 cumpriram os critérios de inclusão, sendo, portanto, usados neste trabalho. Os artigos analisados apontam que a realização da educação em saúde continuada pode contribuir para a melhor qualidade de vida e compreensão do paciente e/ou cuidador frente às limitações da CC. Os fatores que apresentaram redução na morbimortalidade foram: o diagnóstico precoce; realização de exames de triagem e/ou imagem; e acompanhamento multidisciplinar. O contexto nacional reflete a subnotificação da incidência de CC, por possíveis dificuldades no seu diagnóstico. Vale ressaltar que o prognóstico do paciente varia de acordo com a estrutura do serviço, acesso aos exames complementares, conhecimento médico especializado e tratamento precoce: clínico, cirúrgico ou endovascular. Torna-se perceptível a necessidade da disseminação da triagem pré e pós-natal, facilidade ao acesso de exames diagnóstico, tratamento adequado, educação continuada da equipe de saúde e cuidadores, assim como a realização de estudos epidemiológicos que contribuam para um efetivo planejamento estratégico em saúde pública.