O tomateiro para processamento in dustrial é a hortaliça de maior importância econômica cultivada na região do Cerrado do Brasil. Em 2001, a área cultivada nos estados de Goiás e Minas Gerais foi de 12,7 mil hectares, o que representa cerca de 80% da área brasileira. A cultura é quase que totalmente irrigada por aspersão, sendo o pivô central e o plantio em fileiras simples o sistema de produção mais empregado na região (Giordano et al., 2000;Silva et al., 2001a).Nos últimos anos, a utilização do pivô central vem sendo questionada pelo manejo inadequado da água de irrigação, pela falta de esquema eficiente de rotação de culturas, favorecendo, por exemplo, a ocorrência e o acúmulo de Sclerotinia sclerotiorum (Silva et al., 2001b) Xanthomonas campestris pv. e Pseudomonas syringae pv. tomato, favorecida pela irrigação por aspersão, também tem provocado perdas significativas na produção e na qualidade físi-ca e química dos frutos Silva et al., 2001b).Visando maximizar a produtividade e a qualidade de frutos, otimizar a eficiência do uso de água e energia, e minimizar o uso de agrotóxicos, alguns produtores começaram a utilizar, recentemente, o sistema de irrigação por gotejamento (Silva et al., 2001a). Para reduzir o investimento inicial, que pode atingir de duas a três vezes o custo do pivô central , a maioria dos usuários tem optado pelo plantio em fileiras duplas com o uso de apenas uma linha de gotejadores entre as duas linhas de plantas. Este sistema, no entanto, começou a ser utilizado no Brasil sem prévia avaliação de rendimento físico e econômico, muito embora seja utilizado para a irrigação do tomateiro para processamento em outros países (Colla et al., 1999; LowengartAycicege et al., 1999).O espaçamento entre gotejadores é outro fator de grande importância para o sucesso da irrigação, o qual depende de situações como: espaçamento entre plantas, sensibilidade da cultura ao estresse hídrico, vazão do gotejador, tempo de irrigação e, principalmente, tipo de solo (Warrick, 1986;Burt & Styles, 1994). Como regra geral, o espaçamento deve permitir a formação de uma faixa molhada contínua na superfície do solo, devendo ser igual a 80% do diâmetro do bulbo molhado (Keller & Bliesner, 1990). Para tomateiro cultivado em solos de cerrado não existem resultados de pesquisa sobre o espaçamento adequado entre gotejadores, sendo freqüentemente adotado RESUMO Avaliou-se o efeito de espaçamentos entre gotejadores (10 cm e 30 cm) e sistemas de plantio (fileiras simples e duplas, com uma linha de gotejo) sobre o rendimento físico e econômico e a qualidade de frutos de tomateiro para processamento, na região do Cerrado do Brasil. Um tratamento de controle, com plantio em fileiras simples, foi irrigado por aspersão. A produtividade comercial para o espaçamento de 10 cm foi 10% maior que para o de 30 cm. O plantio em fileiras simples produziu 9% mais frutos do que o em fileiras duplas. A produtividade do tratamento por aspersão não diferiu do tratamento com gotejadores a 30 cm e fileiras duplas, mas foi pelo menos 15% menor do q...