WhatsApp audios and the remediation of radio: Disinformation in Brazilian 2018 presidential election

Abstract

This article brings the results of an investigation into the role of WhatsApp audio messages in the 2018 Brazilian presidential elections, proposing that instant voice messaging borrows elements from radio language. We started from a broader research, conducted by the Brazilian National Institute of Science and Technology in Digital Democracy (INCT.DD, in its Portuguese acronym), which identified a network composed of 220 WhatsApp groups – all of them with open-entry links – supporting six different candidates. Those groups put together thousands of anonymized profiles linked through connections to similar groups, configuring an extensive network. More than 1 million messages, including 98,000 audios, were gathered and downloaded during 2018 Brazilian electoral period (from June to October). We focused on eighteen audios with major circulation (totalling 3622 appearances) among the ones shared at least 100 times, which were extracted and analysed. The use of radio content analysis techniques pointed out strong evidence that audio messaging remediate radiophonic elements such as intimacy and colloquial language to accelerate disinformation campaigns.

As mentiras do eu: procedimentos, gêneros e atores do discurso desinformativo em primeira pessoa

“…e a carga emocional (positiva ou negativa) predominantes. Com um enfoque mais qualitativo, Kischinhevsky et al (2020) destacam como os áudios compartilhados no aplicativo utilizam recursos típicos do discurso radiofónico, como, por exemplo, a linguagem íntima e coloquial, para divulgar informações falsas. O trabalho evidencia também algumas das estratégias discursivas empregadas nos áudios analisados: o discurso em primeira e segunda pessoa, a prevalência de opiniões e testemunhos, entre outros.…”

“…Entretanto, as pesquisas sobre a desinformação via áudio representam ainda uma exceção no campo dos estudos sobre desinformação. Como apontam ainda Chagas e Kischinhevsky (2020), esses têm se concentrado quase exclusivamente em peças https://doi.org/10.18617/liinc.v18i2.6062 5/20 desinformativas verbais, imagéticas e audiovisuais, desconsiderando os áudios. Além disso, poucos são os estudos que abordam direta e detalhadamente as estratégias de fundo do discurso da desinformação.…”

“…Além disso, poucos são os estudos que abordam direta e detalhadamente as estratégias de fundo do discurso da desinformação. A própria análise de Kischinhevsky et al (2020), embora identifique algumas categorias propriamente semiótico-discursivas, não se aprofunda em sua descrição. Com algumas exceções no campo da análise crítica do discurso (Soares, et al 2021; Igwebuike e Chimuanya 2021) e da semiótica discursiva de inspiração greimasiana (Barros 2020; Mangiapane 2018), a grande maioria dos estudos sobre desinformação propõe, em geral, classificações apoiadas no aparato teóricometodológico da análise de conteúdo (Wardle 2019;Salavaerría et al 2020, entre outros), identificando e quantificando temas e operações técnicas mais frequentes realizadas para produzir informações falsas.…”

“…As mensagens de áudio compartilhadas em aplicativos como WhatsApp e Telegram têm se tornado um recurso frequente para divulgar fake news e outros tipos de desinformação (Kischinhevsky, et al 2020) Cada vez mais usuários são levados a encaminhar para seus contatos falas mentirosas de desconhecidos que juram ter visto algo com seus próprios olhos ou expressam opiniões repletas de falsidades a respeito do assunto do momento (Maros, et al 2020). O que, nestas mensagens, convence de sua suposta fidedignidade?…”

Detecção automática de notícias falsas em português

“…Na pesquisa, é relatado que quase todas as informações falsas identificadas já tinham sido checadas pela imprensa no Brasil. Outra comprovação da desinformação em grupos de Whatsapp em relação às eleições presidenciais em 2018 no Brasil foi feita por Kischinhevsky et al (2020), que analisando por volta de 98 mil áudios, apontou fortes evidências de que as mensagens de áudio contém elementos radiofônicos, como intimidade e linguagem coloquial, para acelerar as campanhas de desinformação. A busca pela origem, proliferação e o uso da desinformação nas eleições presidenciais brasileiras em 2018 foi tema de pesquisa em várias frentes (DOURADO, 2020; JARDELINO; CAVALCANTI; TONIOLO, 2020; AZEVEDO-JUNIOR, 2021).…”