Resumo Objetivo do presente artigo é reconstruir as trajetórias que unem o pensamento de Greimas e Landowski. Em particular, o confronto entre os dois autores desenvolve-se a partir de quatro diretrizes específicas: teórica, metodológica, epistemológica, política. Ao cerne da primeira coloca-se a questão do ponto de vista semiótico sobre os processos socioculturais e comunicacionais e a problemática greimasiana da narratividade, expandida e redefinida por Landowski em seu modelo dos regimes de sentido e interação; a segunda foca nos desafios do método semiótico diante da complexidade do mundo e da comunicação contemporânea; a terceira gira em torno do tema da emergência e da transformação do sentido; a quarta, por fim, tange às implicações políticas da abordagem semiótica. Trata-se de trajetórias elípticas, através das quais emerge um percurso não linear e errático, cujas intenções, longe de ser filológicas e sistêmicas, são, antes de tudo, críticas e especulativas.
In this paper, we analyze the semiotic strategies through which Jair Bolsonaro’s body is represented in his Instagram profile. In order to do that, we build upon Landowski’s elliptic semiotic square, through which we display Bolsonaro’s different bodily postures and lifestyles. The diagram shows four bodily regimes through which the body of the current Brazilian president is portrayed: 1) the military body, 2) the buffoonish body, 3) the institutional body, 4) the popular body. The results show that the institutional body is the least present, while the other three reinforce Bolsonaro’s non-political identity and anti-establishment discourse.
O estudo tem por objetivo analisar as valências simbólicas identificadas em notícias publicadas no Portal G1 de todos os estados brasileiros sobre os primeiros atos de vacinação contra a covid-19, relacionando-os, em particular, às questões de raça e gênero com foco nas mulheres e sua posição na sociedade. Nessa perspectiva busca-se responder, sob a ancoragem da semiótica de Algirdas Julien Greimas, como a mulher foi representada em cada estado. Os resultados retratam as mulheres como sujeito social ‘frágil’ e ‘dependente’ do Estado como ‘Pai-Provedor’ ao lado do uso de mulheres negras representativas de ‘minorias’ que remetem a uma ideia de um Brasil diverso e miscigenado. As conclusões evidenciam que a visibilidade conferida à mulher nas campanhas de vacinação disputou espaço com representações de caráter sexista e racista.
Resumo: O objetivo do presente artigo é reafirmar e debater a necessidade de uma perspectiva sociosemiopolítica e semiótico-comunicacional no estudo das práticas de vida. Defende-se a tese de que tal abordagem deveria fundar-se em dois movimentos teórico-metodológicos: (i) na edificação de pontes entre a análise de micro e a análise de macro configurações de sentido, que revelem os elos que as práticas tecem com outras práticas, textos, discursos e ideologias do universo ou dos universos socioculturais em que se inscrevem, a fim de desvendar as relações de força que se escondem nos meandros da existência, bem como as resistências que os sujeitos lhes opõem; (ii) no vínculo entre a análise das práticas "em ato" e a análise de suas representações discursivas, sejam estas produzidas pelos sujeitos nelas envolvidos ou por enunciadores externos. Nesta perspectiva, o que define a identidade de uma prática não é apenas o ato performativo ou a cena predicativa "em si", mas também as narrações -principalmente, hoje em dia, as narrações midiáticas, tanto das velhas quanto das novas mídias digitais -que, de algum modo, a instruem, a moldam e a dirigem, contribuindo, para usarmos os termos de Paul Ricoeur, a configurar, refigurar e, muitas vezes, prefigurar seu sentido.
Palavras
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.