Desde a invasão do Brasil, a história dos povos indígenas foi marcada pela violência e violação de seus direitos, bem como pela resistência dos mesmos. Este artigo objetiva analisar as denúncias de violências e violações de direitos, especialmente, aquelas apontadas nos relatórios de violência contra os povos indígenas, elaborados pelo Conselho Indigenista Missionário (2014 a 2019), como também visibilizar as resistências dos indígenas. Para dialogar com esses dados, apresentam-se informações de duas pesquisas (mestrado e doutorado), desenvolvidas nos anos de 2014 a 2019 junto ao povo Puruborá da aldeia Aperoi, Seringueiras/RO. Os instrumentos utilizados para a produção de dados foram a observação participante – registrada em diário de campo, fotografias e vídeos –, análise documental e entrevista semiestruturada. A análise ocorreu por meio da triangulação das informações, da finalidade do texto e o referencial teórico empregado. A análise aponta as violações de direitos e as violências contra a pessoa, os povos indígenas isolados e de pouco contato, o patrimônio desses povos e a omissão do poder público. A sobrevivência desses povos decorre de sua organização e resistência histórica.