“…Esses processos apontam para uma segunda explicação para o grande interesse em analisar, em tempos de pandemia, novas desigualdades de género a nível da produção de publicações. Com a institucionalização em muitos países de sistemas universitários mercantilizados e culturas académicas performativas (Ball, 2000;Bebiano, 2020;Pereira, 2017Pereira, , 2018Pereira, , 2019, as publicações assumiram na vida científica um papel cada vez mais central -e desproporcional -como indicador de valor, símbolo de suposta "excelência" e critério de progressão na carreira . Isso significa que alterações, mesmo que pequenas ou temporárias, nas taxas de produtividade em termos de publicações podem ter, a médio ou longo prazo, efeitos diretos na progressão individual na carreira ou na performance bibliométrica de equipas, disciplinas e instituições.…”