Introdução
Em cirurgias de tireoidectomia, há chances consideráveis de lesão do nervo acessório, principalmente em tireoidectomias estendidas. Caso o paciente apresente lesão desse nervo, podem surgir queixas como a dificuldade de movimentação dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio, territórios inervados pelo XI NC (nervo craniano).
Descrição do Caso
Paciente do sexo feminino, 37 anos, submetida em 27/07/2021 a uma tireoidectomia total em razão de carcinoma papilífero e evoluiu com fraqueza do músculo trapézio esquerdo secundária à provável lesão do nervo acessório esquerdo. RNM de plexo braquial esquerdo corrobora tal hipótese. Ela apresenta força grau II no trapézio esquerdo e ENMG dos membros superiores compatível com mononeuropatia do XI NC esquerdo. O ramo que inerva esternocleidomastoideo promove a eversão lateral do pescoço e está preservado. Somente após 6 meses a tireoidectomia, a paciente chegou à consulta neurológica se queixando de dor frequente no ombro, na região da escápula esquerda. Então, foi realizada uma exploração cervical com descompressão do nervo acessório esquerdo, especificamente do ramo que inerva o trapézio, a fim de restabelecer o movimento de elevação escapular.
Comentários
O carcinoma papilífero de tireoide representa 85% dos cânceres tireoidianos, cuja incidência é 3 vezes maior entre mulheres do que entre homens. Sabe-se que há chances de lesão do nervo acessório em tireoidectomias como procedimento necessário a pacientes com quadro de câncer tireoidiano. Essa complicação pós-operatória a tireoidectomias pode afetar a funcionalidade dos movimentos realizados pela musculatura inervada pelo nervo acessório, levando a, por exemplo, paresias temporárias desse nervo. Contudo, depois de cirurgia descompressiva do nervo acessório, a maioria dos pacientes tem o retorno total da funcionalidade em questão.
Conclusão
No caso descrito, a paciente foi transferida tardiamente à avaliação neurológica, relatando frequente dor no ombro e dificuldade de movimentação de tal região. Em um mês de acompanhamento pós-operatório, apresenta significativa melhora da força no trapézio esquerdo (grau IV). Embora observe-se um ganho de força considerável, caso ela tivesse chegado à consulta num intervalo menor que os 6 meses posteriores à sua tireoidectomia total, poderia haver um desfecho clínico ainda melhor.
Palavras-chaves: Implicações, Lesão do nervo acessório, Tireoidectomia.
Introdução
O trauma raquimedular é uma patologia emergencial caracterizada pela lesão parcial ou total dos feixes nervosos da medula espinal, capaz de gerar déficits autonômicos, sensitivos e motores, além da possibilidade de óbito. Destarte, este caso clínico apresenta uma discussão sobre o manejo precoce e adequado do TRM.
Descrição do caso
Paciente do sexo feminino, 32 anos, sem comorbidades, estava na academia executando o aparelho de musculação legpress 90°quando o suporte da máquina caiu sobre suas costas. No momento do trauma apresentou paraplegia, classificada na Escala de Limitação Física como A (ASIA A). Chegou à emergência de neurocirurgia com suspeita de choque medular. Foi evidenciada na TC de coluna uma fratura grave do tipo C na região toracolombar. Ainda na emergência foi submetida à artrodese de T9 a L2, com osteotomia e descompressão medular, além da correção da deformidade. A cirurgia ocorreu com a duração inferior a 24 horas do trauma, de forma precoce, otimizando a possibilidade de uma recuperação neurológica favorável. Posteriormente, no follow-up de 4 meses houve evolução da paciente que já apresentava força grau 4 (ASIA D).
Comentários
O TRM afeta principalmente adultos jovens, sendo a região cervical e a transição toracolombar os seguimentos mais atingidos. A lesão é classificada como completa quando as funções nervosas se encontram interrompidas abaixo do nível do trauma, e incompleta quando existe função preservada abaixo da lesão. O tratamento cirúrgico de intervenção a partir da descompressão das lesões da medula espinal cervical nas primeiras 24 horas depois do acidente foi considerada segura e estava associada à melhora do prognóstico neurológico depois de seis meses de acompanhamento, em comparação com a intervenção cirúrgica mais tardia.
Conclusão
O caso evidenciado nesse relato demonstra a importância da intervenção cirúrgica precoce - inferior a 24 horas - para fomentar a possibilidade, mais efetiva, da obtenção resultados significativos e satisfatórios na recuperação neurológica e na reinserção das atividades cotidianas sem limitações.
Palavras-chaves: Traumatismos da Medula Espinal, Neurocirurgia, Neurociências.
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