Este artigo apresenta algumas análises acerca do modo de olhar e usar a arte para ensinar matemática, implicadas pelo ato da visualização e da visualidade, que colocam em operação formas específicas de aprender. Os resultados foram obtidos a partir de uma oficina com estudantes de Moçambique em um curso de Licenciatura em Ensino de Matemática, na qual se fez uso de pinturas de artistas moçambicanos. A análise empreendida foi feita em dois movimentos: no primeiro, colocou-se em exercício o pensar matemática com pinturas moçambicanas: simetria, hipérbole e parábola; no segundo, atentou-se a verdades acerca do ensino da matemática com a arte, como o enunciado de que “a arte funciona como suporte para contextualizar a aprendizagem da matemática”. Por fim, a conclusão alude a um ethos decolonial, que destaca uma atitude crítica e contínua, alinhando-se a um exercício de fazer ver visualidades para pôr em exercício a arte com a matemática para o ensino.
Ex-colônias portuguesas, a Colônia do Brasil do Reino de Portugal (entre 1500-1822; Brasil) e a África Oriental Portuguesa (1501-1975; Moçambique) foram/são palcos de lutas e resistências que buscam outro tipo independência simbólica: descolonizar-se para reconectarem a suas origens. Do ranço de economias baseadas no tráfico da natureza (humana e não-humana), de saberes científicos, de técnicas e de tecnologias, a naturalização de ideias hipermercantilizadas insiste no espaço e no tempo da produção de múltiplas colonialidades. Por atravessarem áreas das Ciências da Natureza e da Matemática, destacamos como principal objetivo deste ensaio dialogar com nossas próprias histórias, despertando educadores em Ciências e em Matemática, ou de quaisquer outros campos de conhecimento, a deflagrarem condições de significação política, afetiva e ideológica em seus saberes-sentidos escolares. O resultado de nosso ‘diálogo de saberes’ aponta caminhos para revisionar o Ensino de Ciências e de Matemática na escola básica do Sul global.
Resumo: Significar socioculturalmente conteúdos científicos e tecnológicos nos currículos da Educação Básica requer um trabalho de mobilização pedagógica em plena dialogicidade. Essa mobilização é proposta neste artigo para o Ensino Médio, por condições de produção afrorreferenciada, transversalizando o tema da Supercondutividade para ensinar Física potencializada pela linguagem Matemática. Para tanto, no interdiscurso de comunidades onde vivem os estudantes, pela Análise de Discurso de linha franco-brasileira, buscamos apreender sensos, saberes e significados de inovações tecnocientíficas, aplicando a metodologia colombiana de investigação-açãoparticipativa (IAP), de Orlando Fals-Borda (1925-2008, para formar discursos afrorreferenciados com os estudantes, dadas as implicações socioculturais sobre produtos de inovações em contraponto étnico-racial entre pessoas que os produzem e que os consomem.
Palavras-Chave: formação discursiva; inovação tecnocientífica; controvérsia; discurso afrorreferenciado; investigação-ação-participativa MAINSTREAMING A CONTROVERSY IN SCIENCE TEACHING: AFRO-REFERENCED DISCURSIVE FORMATION
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