O efeito do dinheiro nos resultados das campanhas eleitorais é um dos principais questionamentos dos estudos sobre o financiamento eleitoral na ciência política. O objetivo deste artigo é discutir as relações de influência dos recursos financeiros sobre o fenômeno da sub-representação das mulheres na política no Brasil. Dada a forte correlação entre dinheiro, voto e sucesso eleitoral, a principal hipótese deste trabalho é que a assimetria dos recursos destinados aos homens e mulheres tem forte influência para a produção da sub-representação das mulheres na política. A fonte de dados é o Tribunal Superior Eleitoral, a população estudada foi os candidatos(as) para vereadores(as) em municípios com mais de 50.000 eleitores e o recorte temporal as eleições de 2008, 2012 e 2016. Para o tratamento de dados foram utilizados recursos de planilha de dados e estatística descritiva e inferencial, especialmente as análises de correlação e regressão linear ou logística para verificar a relação entre recursos arrecadados e votação, sucesso eleitoral e demais atributos dos candidatos. Entre os resultados desta pesquisa, destaca-se que a tentativa de ingresso na vida política revela uma maior probabilidade de homens terem suas candidaturas aptas do que as mulheres. Para a hipótese principal, a qual foi respondida pelo coeficiente de correlação de Pearson, verifica-se uma correlação forte e positiva entre dinheiro arrecadado em campanhas e o sucesso eleitoral. Corroborando a literatura, o financiamento político dos homens se apresentou superior ao das mulheres. Mesmo com valores de arrecadação e perfil semelhantes, ainda assim, os homens se elegem mais.
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