Em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19, a divulgação científica tem sido essencial para que a temática possa ser compreendida pela população brasileira em geral. O biólogo e apresentador Atila Iamarino virou referência nacional no assunto, trazendo vídeos informativos e transmissões ao vivo com atualizações, pesquisas e possibilidades de enfrentamento à pandemia, e pondo em questão a atuação do governo federal. Porém uma projeção de um estudo do Imperial College London, apresentada por Iamarino, passou a ser utilizada como base para ataques coordenados de fake news ao divulgador. Neste estudo, de caráter qualitativo e exploratório, objetivamos compreender a relação entre a disseminação de fake news e seu impacto na divulgação científica, particularmente as notícias falsas relacionadas a Iamarino postadas pelo portal Jornal da Cidade Online (JCO), por meio de pesquisa documental e análise de conteúdo. Encontramos oito publicações com referência a Iamarino, que associam o pesquisador ao misticismo e a artes divinatórias, como forma de desconstruir a credibilidade da ciência e associá-lo ao pânico e ao terror. Concluímos que a educação em sua perspectiva histórico-crítica se revela capaz de desmontar as notícias fraudulentas, capacitando os cidadãos por meio da alfabetização midiática e informacional, com a aplicação do método científico ao processo de checagem de fatos para uma prática social reflexiva. Isso contribui para a formação de cidadãos alfabetizados em mídia e informação, sendo essencial para enfrentar o discurso de ódio, preconceito e violência que acompanham a infodemia acentuada pela crise global causada pela Covid-19.
Introdução e Objetivo. Este ensaio apresenta um resumo do artigo Geological fakes and frauds por Ruffel, Majury & Brooks, publicado por Earth-Science Reviews em 2012 (doi: 10.1016/j.earscirev.2011.12.001). Metodologia. O artigo aborda fraudes e falsificações recorrentes na história da Geologia, dividindo as ocorrências em três grupos: (a) aspectos econômicos, como substituição e falsificação de gemas e pedras preciosas, mineração e extração de gás e petróleo; (b) razões estéticas e acadêmicas, principalmente na paleontologia; e (c) eventos históricos e arqueológicos. Dentre as principais motivações, estão: ganho financeiro, apelo estético e desenvolvimento acadêmico. Resultados. Tais práticas não são recentes, e trazem importantes reflexões sobre o papel da Geologia ao revelar as fraudes. O princípio da falseabilidade de Popper e o método científico são essenciais na compreensão de como as ciências lidam com tais situações. Em particular, os estudos geológicos utilizados na detecção das fraudes conferem maior credibilidade à Geologia como campo científico. Conclusão. Esperamos que seja possível adotar uma postura de ‘cinismo saudável’ com relação a relatos científicos, compreender melhor o processo de construção da Geologia como ciência e identificar situações suspeitas e criminosas nas ciências geológicas.
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