Resumo Analisa as audiências públicas interativas promovidas pela Câmara dos Deputados, com base no acompanhamento direto das audiências durante o ano de 2015 pela internet. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com as equipes responsáveis pela gestão das audiências interativas e uma enquete com os cidadãos participantes. O referencial teórico é focado em aspectos específicos da Sociologia Política e da Ciência Política, privilegiando abordagens sobre a deliberação on-line. Os dados mostram o predomínio das interações entre os próprios cidadãos, com pouca interlocução parlamentar. Além disso, a pesquisa revela que as interações voltadas para a deliberação propriamente dita ficam em segundo plano, com o predomínio de elementos típicos da conversação cotidiana. Apesar disso, a enquete realizada com os cidadãos mostra entusiasmo deles em relação à participação. A discussão mostra que as audiências públicas interativas vão além da função informacional identificada na literatura. Os resultados indicam novas contribuições das audiências no formato virtual, como a formação de comunidades de interesse, as trocas de opiniões e experiências entre os cidadãos interagentes e a vigilância cidadã sobre as atividades do parlamento.
O texto analisa, com base na perspectiva teórica de Pierre Bourdieu, as lutas simbólicas em torno da definição e reformulação da política de divulgação jornalística das audiências públicas realizadas pela Câmara dos Deputados. Para compreender como se operam essas lutas simbólicas, o estudo teve como base entrevistas em profundidade com todos os servidores que exerceram o cargo de Coordenador de Jornalismo da Secretaria de Comunicação da Câmara, no período de 2000 a 2014. Também foram entrevistados os secretários-executivos das 23 comissões permanentes, a fim de fazer o contraponto entre os dois campos: o jornalístico e o político. As conclusões iniciais chamam atenção para a existência de um processo multifatorial de lutas simbólicas, em várias etapas, envolvendo redefinições e negociações constantes entre os gestores da informação e os representantes das comissões que promovem as audiências públicas, incluindo os próprios parlamentares e o corpo funcional das comissões envolvido nos debates.
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