A produção de açaí (Euterpe oleracea Mart), que no início dos anos 1990 era basicamente extrativista, tornou-se a principal ocupação e fonte de renda dos ribeirinhos paraenses, levando a uma nova forma de organização social e inúmeras transformações em seu território. Para melhor compreender esse processo, este trabalho buscou avaliar, através do olhar desses sujeitos, as alterações percebidas a partir da expansão e consolidação do açaí na várzea do município de Igarapé-Miri. Para alcance desse objetivo, utilizou-se a metodologia de construção de mapas cognitivos, por se tratar de uma ferramenta eficaz em pesquisa qualitativas, tanto na coleta de dados quanto na apresentação dos resultados, distribuindo graficamente de forma hierárquica as ligações dos conceitos meio e fim informados pelos entrevistados. Ao final, os mapas mostraram-se eficientes e adequados ao propósito em questão, pois permitiram a constatação das principais alterações percebidas pelos decisores e classificá-las como positivas ou negativas, atribuindo valores e pesos individualmente. Concluiu-se que a produção atual de açaí segue um modelo que busca por maiores rendimentos financeiros e que está acima da consciência ambiental: se por um lado as transformações econômicas são consideradas positivas na grande maioria dos casos, as transformações no ambiente são completamente opostas.
A pesquisa objetivou o estudo das políticas educativas do Ensino Médio no Estado do Pará e seu papel na formação de estudantes em uma escola pública da Amazônia Paraense, no Município de Abaetetuba, no período de 2007 a 2012. O universo da pesquisa é de uma escola que recebe alunos dos bairros periféricos da cidade e provenientes do campo: estradas e ilhas. Foi constatado o reflexo negativo da política educacional na formação traduzida pela fragilidade dos conteúdos ministrados, em especial para a continuidade dos estudos.
Este artigo faz uma interpretação da política educacional do Ensino Médio desenvolvido pelo Estado Paraense. Busca compreender como as políticas educacionais globais de cunho nacional, se incorporam às injunções locais e, ao mesmo tempo, como a partir de então, elas se constituíram em políticas locais e desenvolvidas com todo aparato do Estado, como elaborador, executor das políticas do Ensino Médio, envolvido com as dinâmicas, políticas e sociais locais que abrangem a realidade educacional. Estabelece-se assim a conexão sobre o sentido de classe assumido pelo Estado capitalista na evolução política nacional, em que a forma conservadora de desenvolvimento da economia desde a colonização incorporando na burocracia governamental os estamentos de classe próprio do período colonizador e, do sentido patrimonialista oligárquicos do desenvolvimento na república, constitui esse significado fisiológico presente na forma de organização e de gestão dos recursos públicos disponíveis na modernidade burguesa brasileira.
Este artigo é parte integrante de uma pesquisa de mestrado intitulada “Modos de vida na Comunidade São José: Conflitos, Territórios e Territorialidades frente à Implantação do Projeto Albras/Alunorte (Barcarena-Pará)”, apresentada ao Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Cidades, Territórios e Identidades (PPGCITI), da Universidade Federal do Pará (UFPA), Abaetetuba. O artigo objetiva apresentar as possíveis relações acerca do discurso de desenvolvimento, desenvolvimentismo e sua reverberação na Comunidade São José, em diálogo com as diversas frentes de transformações ocorridas em Barcarena, de ordem material e imaterial: econômica, territorial, industrial, estrutural, habitacional, cultural, e seus respectivos impactos nos modos de vida dos moradores da comunidade citada acima. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo historiográfica ancorada na História Oral por meio da técnica de entrevista semiestruturada realizados com 5 (cinco) moradores da comunidade investigada. A mesma encontra-se fundamentada nos escritos de Duarte, Sarmento, Ponte, Maia, Silva et al. Os resultados apontam que a construção e execução de projetos de desenvolvimento que buscavam integrar e otimizar a exploração do espaço amazônico promoveram alterações territoriais com a chegada/operação dos novos empreendimentos empresariais advindos da atividade industrial minerometalúrgica e toda a rede de infraestrutura trazendo profundas alterações, implicações e transformações materiais nas condições de vida das famílias oriundas da comunidade São José, como consequência, provocou um campo dinâmico de desterritorialização e da constituição da identidade desta população.
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