RESUMOOs objetivos da pesquisa foram caracterizar e avaliar a influência das propriedades químicas (teores de lignina, holocelulose e extrativos) da madeira de cinco espécies lenhosas de Cerrado (Pterodon pubescens, Dalbergia miscolobium, Sclerolobium paniculatum, Stryphnodendron adstringens e Vochysia thyrsoidea) na densidade básica e na contração volumétrica da madeira; nos rendimentos e densidade aparente do carvão vegetal. As amostras foram coletadas em área de manejo florestal em Brasília, provenientes de três árvores de cada espécie, perfazendo um total de 15 amostras. Não houve diferença significativa entre as espécies para o teor de extrativo da madeira e rendimento gravimétrico em carvão vegetal. Pterodon pubescens, Dalbergia miscolobium e Sclerolobium paniculatum se destacaram por apresentarem, respectivamente, as maiores densidades básicas (0,82, 0,80 e 0,78 g/cm 3 ); os maiores teores de lignina (31,74, 32,31 e 31,42%); as maiores densidades aparentes do carvão vegetal (37, 43 e 37%). Por outro lado Stryphnodendron adstringens e Vochysia thyrsoidea apresentaram, respectivamente, os maiores teores de holocelulose (72,22 e 74,84%). O teor de lignina apresentou correlação positiva e significativa com a densidade básica da madeira e com a densidade aparente do carvão vegetal e não apresentou correlação significativa com a retração volumétrica e com o rendimento gravimétrico. O teor de holocelulose apresentou correlação negativa e significativa com a densidade básica da madeira e com a densidade aparente do carvão vegetal. Os extrativos totais não apresentaram correlação significativa com nenhuma das variáveis analisadas. Palavras chaves: madeira; energia; Cerrado; caracterização química e física. ABSTRACTThis work aimed at characterizing and evaluating the influence of the chemical properties (lignin, holocellulose and extratives contents) of five Cerrado wood species (Pterodon pubescens, Dalbergia miscolobium, Sclerolobium paniculatum, Stryphnodendron adstringens and Vochysia thyrsoidea) on density and shrinkage wood; gravimetric yield and apparent density of charcoal. The samples were collected in area of forest management in Brasilia (Brazil, DC), from three trees of each species, thus making a total of 15 samples. No significant differences among species were detected for wood extractive content and charcoal gravimetric yield. Pterodon pubescens, Dalbergia miscolobium and Sclerolobium paniculatum stood out by presenting, respectively, the highest basic density (0.82, 0.80 and 0.78 g/cm 3 ); the greatest content of lignin (31.74, 32.31 and 31, 42%), the highest charcoal apparent density (37, 43 and 37%). On the other hand, Stryphnodendron adstringens and Vochysia thyrsoidea stood out by presenting, respectively, the highest content of holocellulose (72.22% and 74.84). The lignin showed positive and significant correlation with the basic density and wood charcoal apparent density; showed no significant correlation with the volumetric shrinkage neither gravimetric yeild. The holocellulose content show...
Teor de umidade e densidade básica da madeira de nove espécies comerciais amazônicasLívia Helena Carrera SILVEIRA¹, Alba Valéria REZENDE¹, Ailton Teixeira do VALE¹ RESUMO Este trabalho teve como objetivo agrupar espécies com características de teor de umidade e densidade básica da madeira semelhantes para compor cargas mistas de espécies para secagem em câmaras industriais de secagem da madeira. Foram amostradas nove espécies em floresta de terra firme na Amazônia Central com três repetições por espécie. Em todas as espécies os teores de umidade não diferiram entre base e topo do tronco, o que confere estabilidade da madeira durante o processo de secagem. Os valores de densidade básica variaram de 0,561 a 0,904 g cm -3. A partir do presente estudo foi possível separar as espécies em três grupos com base na densidade básica e teor de umidade, o primeiro com as espécies Minquartia guianensis, Lecythis poiteaui, Mezilaurus itauba, Manilkara huberi e Brosimum rubescens que são consideradas madeiras pesadas (densidade variando de 0,835 a 0,904 g cm -3 ) , de secagem mais lenta ou difícil. O segundo grupo contem as espécies Clarisia racemosa e Ocotea rubra (densidade média de 0,665 e 0,720 g cm -3, respectivamente) e o terceiro grupo com as espécies Parkia paraensis e Brasimum parinarioides que apresentam densidade média e secagem rápida (densidade de 0,561 e 0,588 g cm -3, respectivamente). PALAVRAS-CHAVE: grupo de espécies florestais, secagem em estufa, densidade da madeira. Moisture content and basic wood density of nine commercial Amazonian tree species ABSTRACTThe aim of this work was to group species with similar moisture content and basic wood density in order to compose mixed species loads for industrial kiln drying. Nine tree species with three repetitions each were sampled at an Upland Forest in Central Amazonia. For all the species the moisture content was the same for top and base portions of the trunk, which gives stability during wood drying processes. The basic wood density values varied from 0,561 to 0,904 g cm -3
Em uma faixa de cerrado sensu stricto, de 63,56 ha, da Fazenda Água Limpa, de propriedade da Universidade de Brasília-DF, foram delimitadas dez parcelas de 20 x 50 m cada nas quais se identificaram e medam as alturas totais e o diâmetro, tomado a 30 cm de altura do solo, de todas as árvores com diâmetro igual ou superior a 5cm. Foram sorteadas para serem derrubadas e pesadas, no máximo três (3) indivíduos por espécie e por classe de diâmetro, em sete classes diametrais pré-estabelecidas (5-9; 9-13...., 29-33 cm). Em cada indivíduo, foram coletadas seções transversais a zero (base), 25, 50, 75 e 100% (topo) da altura do tronco, partindo da base, embaladas em sacos plásticos e levadas para laboratório, para obtenção da massa específica básica, do poder calorífico superior e dos teores de cinzas, materiais volátil e carbono fixo da madeira e da casca. Foram identificadas 47 espécies. A biomassa seca do povoamento apresentou 71% de madeira e 29% de casca, sendo a árvore formada, em média, de 53% de ramos e 47% de tronco. A produção média de biomassa seca total para a área foi de 12,38 t/ha, com variações individuais de 0,44 kg/ha (Symplocos rhaminifolia, com um indivíduo/ha) a 2.886,04 kg/ha (Sclerolobium paniculatum, com 46 indivíduos/ha). A produção média por árvore foi de 18,39 kg. A massa específica básica da madeira variou de 0,20 g/cm3 a 0,78 g/cm3 e a da casca de 0,17 g/cm3 a 0,67 g/cm,3. O poder calorífico superior variou de 4.516 kcal/kg a 4.989 kcal/kg, com média de 4.763 kcal/kg, enquanto o da casca variou de 4.187 kcal/kg a 5.738 kcal/kg. O teor de carbono fixo médio foi de 20,73% para a madeira e de 25,19% para a casca. Vochysia thysoidea destacou-se pela grande produção energética (392,49 Mcal/árvore, 20 árvores/ha e 7.849,80 Mcal/ha) em função da alta produção de biomassa tanto individual quanto por área, porém com características físicas da madeira inferiores (massa específica baixa - 0,49 g/cm3 e poder calorífico abaixo da média para a área - 4.713 kcal/kg). Acosmium dasycargpum por sua vez apresentou boas características da madeira (alto poder calorífico - 4.989 kcal/kg, alta massa específica - 0,74 g/cm3), mas com baixa produção energética (76,03 Mcal/árvore, 1 árvore/ha e 76,03 Mcal/ha) em função da baixa produção de biomassa. Houve, no entanto, espécies com boas características da madeira e com alta produção de biomassa, individual e/ou por área. São elas: Sclerolobium paniculatum (305,72 Mcal/árvore, 46 árvores/ha, 14.063,12 Mcal/ha, 0,72 g/cm3 e 4849 kcal/kg), Dalbergia miscolobium (80,26 Mcal/árvore, 84 árvores/ha, 6.741,84 Mcal/ha, 0,77 g/cm3 e 4896 kcal/kg) e Pterodon pubescens (473,69 Mcal/árvore, 14 árvores/ha, 6.631,66 Mcal/ha, 0,73 g/cm3 e 4953 kcal/kg). Essas espécies foram responsáveis por 45,85% de toda energia disponibilizada na forma de calor, ou seja, 27.437 Mcal/ha.
RESUMO: Na produção de biodiesel a partir de pinhão manso (Jatropha curcas), são gerados resíduos na forma de casca (epicarpo) e de torta. Uma das alternativas de uso desses resíduos é a produção de energia. Neste sentido, objetivou-se, com o presente trabalho, analisar o potencial energético da casca e da torta de J. curcas, caracterizando-os in natura e transformados em carvão vegetal. Foram avaliados o teor de umidade, de acordo com Vital (1997); a densidade do granel; a composição química imediata, segundo a norma ABNT NBR 8112/86 e o rendimento gravimétrico em carvão. O epicarpo apresentou teor de umidade de 18,9%, densidade do granel de 100kg/m 3 , teor de materiais voláteis de 72,6%, teor de carbono fi xo de 13%, teor de cinza de 14,4% e poder calorífi co superior de 3.641kcal/kg. Carbonizado o epicarpo produziu 38,1% de carvão vegetal, com 29% de material volátil, 45% de carbono fi xo, 25% de cinza e poder calorífi co superior de 3.954kcal/kg. A torta apresentou teor de umidade, em base seca, de 2,41%, densidade do granel de 601kg/m 3 , teor de materiais voláteis de 77,84%, teor de carbono fi xo 14,21%, teor de cinza de 7,95% e poder calorífi co superior de 5.122kcal/kg. Com a carbonização da torta, obteve-se 32% de carvão vegetal com 18,27% de materiais voláteis, 71,29% de carbono fi xo, 10,43% de cinza e poder calorífi co superior de 6.234kcal/kg. Os elevados teores de cinzas, tanto para a casca quanto para a torta, estão relacionados aos altos teores de constituintes minerais presentes nas suas respectivas estruturas anatômicas.Palavras chaves: Resíduos, bioenergia, carbonização. ENERGY POTENTIAL OF BIOMASS AND CHARCOAL OFJatropha curcas PEEL AND PIE INTRODUÇÃOEstima-se que o Brasil tenha mais de 200 espécies oleaginosas com potencial para a produção de biodiesel (BELTRÃO, 2006) e uma destas espécies é o pinhão manso (Jatropha curcas L.). O pinhão manso é uma planta oleaginosa da família Euphorbiacea que pode ser cultivada em solos pouco férteis e de clima desfavorável, como o Semi-Árido nordestino. Segundo Purcino e Drummond (1986), o cultivo de tal espécie é interessante nas pequenas propriedades, que fazem uso da mão-de-obra familiar disponível, além de ser uma cultura perene, segundo Peixoto (1973), que pode ser utilizada na conservação do solo.Segundo Peixoto (1973), o fruto do pinhão manso é composto de 53 a 62% de sementes (endocarpo + albúmen) e de 38 a 47% de epicarpo (casca). Penha et al. (2009) mencionam que as sementes dessa oleaginosa possuem um albúmen com até 60,8% de óleo. Devido às suas características, o pinhão-manso passou a ser considerado uma opção agrícola viável para a obtenção de biodiesel, pois produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare (CARNIELLI, 2003).
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