Este trabalho objetivou conhecer as situações que se apresentam ao estudante de Medicina como angustiantes durante a sua formação e os fatores que ele identifica como originários desse sentimento. Foi empregada uma abordagem etnográfica, utilizando-se entrevistas semi-estruturadas, observação e grupos de discussão. Os dados foram analisados por meio de Análise de Conteúdo. Os alunos identificaram a dissociação entre o ciclo básico e o profissionalizante como responsável pela angústia suscitada em face do primeiro contato com o paciente, além de apresentarem estresse psicológico por terem que trabalhar com a dor e o sofrimento. Os discentes identificaram, também, como fator estressante o fato de que sua aprendizagem implica a utilização de outro ser humano. Além disso, em algumas situações, a dificuldade de relacionamento com os professores é apontada como geradora de angústia.
ArtigoTrends Psychol., Ribeirão Preto, vol. 26, nº 2, p. 795-805 -Junho/2018 Orcid.org/0000-0001-7255-9979 ------------------------------------------- -------------------------------------------------- ResumoEsta pesquisa objetivou conhecer as angústias vivenciadas pelos enfermeiros no trabalho com pacientes em risco ou em processo de morte em uma unidade hemato-oncológica. Estudo clínico-qualitativo, realizado por meio de entrevistas individuais. Participaram desta pesquisa 06 enfermeiros da unidade hemato-oncológica de um hospital universitário. Os resultados foram reunidos em cinco categorias, as quais remetem à perda da autonomia profi ssional quando o enfermeiro se depara com a difi culdade de pensar o seu próprio trabalho. O trabalho com a criança com câncer parece ser símbolo de uma angústia maior em lidar com a morte. Ao mesmo tempo em que a melhora ou a esperança de cura dá motivação ao enfermeiro, a morte do paciente infantil tem o signifi cado de impotência, tristeza e desesperança. Os enfermeiros, ao longo do processo de trabalho, têm insights sobre como a sua relação com o trabalho poderia ser melhorada, porém, no momento do sofrimento, a preocupação dos enfermeiros não foi ouvida. Há a necessidade de que instituições de saúde, equipes e o próprio enfermeiro percebam esse profi ssional como um sujeito ético, necessitando refl etir seu trabalho para que haja possibilidade de planejar alguma forma de digerir a angústia do trabalho.Keywords: Atitude frente à morte, Enfermagem, Psicologia da Saúde, estresse psicológico. Psychological Distress Experienced by Nurses who Work with Patients in Death Process: A Clinical-Qualitative Study AbstractThis research aimed to know the anguish experienced by nurses who work with patients in risk or in dying process in a hematology-oncology unit. A clinical-qualitative study, conducted through individual
RESUMO -Este estudo objetivou compreender o processo de comunicação de más notícias no contexto da uma Unidade de Tratamento Intensivo para adultos, na perspectiva dos médicos. Configurou-se como uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas e observação registrada em diário de campo. Participaram 12 médicos de um hospital-escola do interior do Rio Grande do Sul. A análise foi realizada por meio da análise de conteúdo. Destacam-se dificuldades dos médicos em comunicar más notícias, bem como o uso de mecanismos de defesa para realizar essa tarefa. Considera-se necessário resgatar a importância da reflexão sobre a relação médico-familiar como prática diária tão importante para a medicina. A saúde passa por grandes desafios nas questões relativas à qualidade de vida. Por um lado há um real avanço científico-tecnológico e, por outro, se reconhece o importante papel de uma medicina humanizada. Nesse cenário, as tecnologias diferenciadas atraem a atenção e, por vezes, até lateralizam as ações relativas à humanização, criando uma interpretação errônea de que a solução para uma melhora da qualidade de vida está nos sofisticados aparelhos e nos diferenciados recursos terapêuticos (Lottenberg, 2010). Logo, o modelo médico prioriza os sinais e sintomas, tornando secundário o cuidado aos aspectos psíquicos e/ou emocionais dos envolvidos. Mas, para além da tecnologia, há de se considerar que toda relação estabelecida entre o médico e o paciente/ familiar é sustentada por encontros, conversas e afetos e atravessada por conflitos que abarcam os processos de subjetivação (Rodrigues, Moraes, Betoschi, & Amaral, 2015). Entre os fatores que contribuem para o prejuízo na relação do médico com o paciente/familiar encontram-se os problemas de comunicação enfrentados pelo profissional (Castro & Barreto, 2015). PalavrasA comunicação faz parte do cotidiano dos profissionais de saúde e implica na interação entre eles, paciente e familiares (Borges, Freitas, & Gurgel, 2012). É uma ferramenta importante na relação médico paciente/familiar e deve ser aperfeiçoada para diminuir o impacto emocional e proporcionar melhor assimilação da nova realidade. Saber informações sobre diagnóstico e prognóstico permite que pacientes e família vivenciem o momento de forma menos dolorosa (Rodriguez, 2014). A comunicação de más notícias é aquela que causa sensações desagradáveis em um de seus agentes, principalmente aquelas associadas a diagnosticar e prognosticar enfermidades, sendo essa uma constante no cotidiano dos profissionais de saúde (Borges et al., 2012).Para que ocorra a comunicação entre médico e paciente/ familiar é primordial considerar a palavra interação, pois a comunicação envolve a transmissão de informação contínua de uma pessoa para a outra, sendo então compartilhada por ambas, de modo que o destinatário a receba e a compreenda. Se a informação foi apenas transmitida, porém, não recebida, não foi efetivamente comunicada, sendo necessário alinhar o transmi...
Objetivo: conocer las representaciones sociales construidas por los cuidadores familiares de pacientes terminales sobre el cuidado en el domicilio. Método: estudio cualitativo con once cuidadores familiares de enfermos terminales, registrados en el servicio de internación domiciliaria de un hospital universitario del sur de Brasil. Realizaron entrevistas narrativas, analizadas por medio del análisis de contenido. Se definieron cuatro categorías: cuidadores hombres y mujeres, una visión diferente; la inversión de roles y los cambios en el cuidado; experiencias como fuente de conocimiento para el cuidado en el hogar; y desafíos del cuidado. Resultados: para los cuidadores hombres las representaciones difieren de las de las mujeres debido a que el cuidado incluye su entorno. Los hombres no atribuyen la angustia a la sobrecarga, pero si al temor de perder un ser. Otras representaciones remiten a la imposibilidad de elección para asumir el papel de cuidador y a la inversión de roles, lo que vuelve al paciente sometido al cuidador. Conclusión: esta investigación permitió conocer cómo los cuidadores familiares construyen los significados e interpretan el cuidado que realizan en el domicilio por medio del programa de hospitalización domiciliaria. Se destaca la función de los profesionales de la salud en orientar al cuidador familiar para realizar el cuidado.
Resumo: O atendimento a pacientes terminais pelas equipes de saúde, comprovadamente apontado por evidências na literatura, mostra a grande dificuldade que esses profissionais têm em lidar com o tema "morte". O presente estudo objetivou compreender como as equipes de saúde definem e vivenciam o paciente terminal. Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa que empregou a pesquisa etnográfica através de observação não-participativa, além de entrevistas semi-estruturadas nas unidades de hemato-oncologia e de infectologia de um hospital público. Os resultados certificaram as dificuldades por parte da equipe em lidar com pacientes terminais, bem como em defini-los como tais e comunicar aos mesmos a sua condição. Dessa forma, percebeu-se a intensa necessidade da realização de um trabalho direto com as equipes de saúde com o intuito de lhes proporcionar um espaço de reflexão e de entendimento, propiciando a continência das emoções suscitadas na equipe de saúde perante a situação da morte. Palavras-chave: FEELINGS AND PERCEPTIONS OF HEALTH STAFF IN FRONT OF THE TERMINALLY ILL PATIENTAbstract: The care given to terminally ill patients by health staff, properly indicated in evidences of literature, shows the great difficulties that those professionals have in dealing with the death. This study intends to show how those professionals define and experience terminally ill patients. Thus, a qualitative approach was applied to ethnographic research through observations and semi-structured interviews were used in the hematology-oncology and infectology departments of a public hospital. Results attest to the difficulties on the part of health staffs in handling and defining terminally ill patients, as well as the difficult task of rendering those patiens aware of their terminal condition. That said, one realizes the need for a direct-contact approach with such health staffs intending to provide them time for reflection and understanding which favor some restraint in their emotions brought on in face of death situations. IntroduçãoDurante as atividades desenvolvidas em Psicologia Hospitalar -através de trabalhos no Setor de Mastologia, assim como de pesquisas na área médica, além de supervisão de estágio realizado pelo curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), constataram-se dificuldades da equipe de saúde em relação aos enfermos pelos quais se acredita "já não existir mais nada para fazer". Dessa maneira, entende-se que, na medida em que a equipe não consegue falar sobre esses pacientes, também não dá ouvidos ao que os terminais têm a dizer. Tamanha atitude de defesa acarreta para estes pacientes a
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