A inclusão da política de cotas, nas universidades brasileiras, é recente. Apesar da adesão de várias instituições de ensino, esse tipo de política tem gerado posições contraditórias. Este estudo teve como objetivo investigar quais valores estão mais presentes na avaliação que universitários fazem a respeito de supostos usuários das cotas. Na pesquisa, foram aplicados diferentes tipos de questionários em 403 estudantes de uma universidade pública paulista, os quais objetivaram verificar se suas representações sobre esse tema variavam conforme as possibilidades de ingresso na universidade, a saber: vestibular simples, cursinhos para alunos carentes e cotas e, conforme os públicos-alvo enfocados, negros ou alunos de escolas públicas. Como método de análise, foi utilizado o programa ALCESTE e, como recurso complementar, a análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que há uma rejeição às políticas relacionadas às cotas, uma vez que estas foram percebidas como mais ameaçadoras do que aquelas referentes ao vestibular e ao cursinho gratuito. Na grande parte das respostas dadas pelos alunos, fica evidente o conflito de valores: mérito versus igualdade compensatória. O vestibular, baseado apenas no mérito, é representado como o sistema mais justo para ingresso de alunos de escola pública e, principalmente de negros, na universidade. Valores como justiça, igualdade, esforço próprio, sobre os quais a maioria dos universitários respalda suas respostas contrárias às cotas, estão sendo questionados pelas políticas de ação afirmativa, o que indica que enfrentá-los é o grande desafio posto a essas políticas.
Resumo Este estudo teve como objetivo avaliar a fidedignidade da tradução e adaptação brasileira do Definig Issues Test (DIT)-2, assim como realizar algumas ponderações sobre a utilização desse instrumento e do DIT-1 em pesquisas sobre moralidade. Os testes DIT-1 e DIT-2 foram aplicados em 621 jovens brasileiros, proporcionalmente distribuídos conforme a cidade de procedência (Floriano/PI, Erechim/RS e Marília/SP), o tipo de escola (pública e particular) e o ano escolar freqüentado (8º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio). Em relação à fidedignidade, notou-se que, apesar de os valores alcançados serem próximos àquele obtido na tradução e adaptação do DIT-1, revelam-se bem menores que os verificados nas versões originais americanas. Na verificação das pontuações alcançadas nos testes, foi observada a existência de tendências distintas no interior da amostra investigada, marcadas pelas variáveis controladas. Foram tecidas considerações sobre a validade e a interpretação desses testes. Palavras-chave: Desenvolvimento moral; instrumentos de medida de julgamento moral; abordagem neo-kohlberguiana baseada no DIT.
Este estudo teve como objetivo analisar as principais representações sociais de lei, justiça e injustiça apresentadas por jovens argentinos e brasileiros. O grupo de brasileiros constituiu-se de 621 pesquisandos, de três regiões distintas: Floriano/PI, Erechim/RS e Marília/SP. Da Argentina, participaram 200 jovens da cidade de Avellaneda (região metropolitana de Buenos Aires). Os grupos foram proporcionalmente divididos conforme o tipo de escola (pública e particular) e o ano escolar freqüentado (8º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, considerando-se os graus equivalentes na Argentina). O instrumento de coleta de dados constituiu-se de um questionário semidirigido, composto pela técnica de evocação livre de palavras. O procedimento utilizado para a avaliação dos resultados foi a Análise de Correspondência (ANACOR). Os resultados demonstraram variações importantes relacionadas à nacionalidade dos jovens e foram discutidos de forma a contextualizarem-se as representações apresentadas.
Procurou-se, através desta pesquisa, inicialmente identificar as representações sociais de moral de professores do ensino fundamental da rede oficial. Buscou-se verificar se as representações encontradas baseavam-se em teorias psicológicas, conteúdos científicos supostamente abordados nos cursos de Habilitação Específica de 2° grau para o Magistério e, em especial, no curso superior de Pedagogia. Entrevistando quarenta professores, verificou-se que suas representações estavam sustentadas mais em valores convencionais de conformidade as normas e regras sociais, que em teorias psicológicas. Alem disso, constatou-se que a variável possuir curso superior de Pedagogia não era elemento diferenciador na formação de suas representações. A pesquisa sugere um questionamento sobre a formação de profissionais de ensino, sua repercussão na prática educativa dos professores do ensino fundamental e, conseqüentemente, na formação sociomoral das crianças que freqüentam esse nível escolar.
A pesquisa apresentada analisou 27 teses de doutorado e dissertações de mestrado de programas brasileiros de Pós-Graduação em Educação que usam a teoria de representações sociais para estudar representações de ou sobre professor. Para a realização dessa análise foram investigados, principalmente, aspectos metodológicos relacionados ao uso da TRS, tais como: modo de descrição dos sujeitos da pesquisa e variáveis selecionadas nessa caracterização; descrição do objeto de estudo, sua contextualização e justificação como objeto de representação social; procedimentos de coleta de dados, sua adequação e justificação; tratamento dos dados; procedimentos de análise; síntese dos resultados e sua contribuição para a educação, para a formação de professores e para a TRS. Concluiu-se que a TRS é pouco explorada nos trabalhos, embora, de modo geral, eles contribuam para aclarar as representações que professores têm a respeito de vários campos que compõem sua vida profissional.
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