OBJETIVO: conhecer a percepção de idosos sobre o uso de aparelhos de amplificação sonora individuais (AASI) concedidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). MÉTODOS: estudo de caráter qualitativo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 19 idosos, entre 60 e 86 anos, com adaptação binaural e tempo de uso de AASI entre seis meses e um ano. As entrevistas foram gravadas e transcritas para posterior leitura e análise temática. As categorias estabelecidas foram: dificuldades de comunicação sem AASI; o acesso ao AASI e o processo de adaptação ao uso; o impacto do uso do AASI na comunicação. RESULTADOS: a dificuldade para se comunicar foi maior em situações em que há várias pessoas conversando; a dificuldade está em entender e não em ouvir, demonstrando uma preocupação em ressaltar o que sentem em ser surdo. A maioria dos participantes não realizou a adaptação do AASI anteriormente por não ter condições financeiras e revela que o que possibilitou o acesso foi a implantação do Serviço de Atenção à Saúde Auditiva. As dificuldades encontradas no processo de adaptação foram: mudança na percepção da própria voz, dificuldade de percepção de fala em ambiente ruidoso e no telefone. Relataram benefício com o uso de AASI na comunicação com familiares e com estranhos. CONCLUSÃO: destaca-se a importância do processo de acompanhamento para que as dificuldades de adaptação possam ser detectadas e minimizadas, para que efetivamente o sujeito obtenha benefício e satisfação com este tratamento.
Desenvolvemos uma reflexão teórica sobre o trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) na diretriz do acolhimento, buscando possibilidades de superar a alienação em seu processo produtivo, a partir de relatos de experiência da implantação do acolhimento em serviços de APS. Identificamos as seguintes perspectivas teóricas nas relações interpessoais nos serviços, com indicadores de avanços na humanização do trabalho em saúde e de uma aproximação com a subjetividade: afeto, empatia e alteridade. Ainda que todas sejam adequadas e mesmo complementares entre si, fazemos nossa opção pela alteridade como perspectiva teórica capaz de instrumentalizar o trabalhador da saúde para desenvolver o acolhimento, sem deixar de garantir sua própria humanização. Esta abre possibilidades de enfrentamento das situações do cotidiano dos serviços de saúde, oferecendo aos profissionais condições de construírem seu trabalho sem limitá-lo à perspectiva biomédica e preservando sua própria saúde.
Neste estudo buscou-se caracterizar os riscos potenciais à saúde identificados em itinerários de cura e cuidado de famílias, observados e descritos por agentes comunitários de saúde que atuavam na Barra do Rio em Balneário Camboriú Santa Catarina. Utilizamos um abordagem qualitativa com o uso de estratégias adaptadas da etnografia e do estudo de caso.Verificamos a ocorrência de vários itinerários de cura e cuidado possíveis, envolvendo sistema de saúde diversos, cada um com riscos potenciais à saúde específicos. Assim, esse estudo trouxe informações que podem ser utilizadas pelos profissionais de saúde tanto no sentido de estimular a autonomia e o autocuidado dos pacientes quanto permitindo prevenir os pacientes sobre riscos potenciais nos itinerários que estes podem desenvolver, mesmo que não incluam o sistema de saúde formal.
O acolhimento é visto, concomitantemente, como tecnologia do encontro, criando redes de conversações para resgatar um enfoque centrado no usuário, e como ação técnico-assistencial para reorganizar os processos de trabalho. Neste artigo, apresenta-se uma reflexão teórica sobre as possibilidades de empregar formas de Acolhimento com Classificação de Risco (ACR) na Estratégia Saúde da Família (ESF), a partir da descrição de sua implantação no processo de trabalho de três equipes da ESF que atuam em uma mesma Unidade de Saúde (US) em Itajaí-SC. A construção coletiva de novos fluxos de atenção e instrumentos auxiliares para a classificação de risco pode ser empregada para qualificar o serviço segundo os princípios da equidade e integralidade. As limitações do processo devem ser identificadas e discutidas como parte de constante reavaliação e reajuste no processo de trabalho. O ACR mostrou-se um desafio e uma possibilidade de avanço no sentido da humanização pela horizontalização das relações e busca de corresponsabilização tanto no interior das ESF como nos contatos destas com os usuários.
A perda auditiva é um dos problemas de saúde que mais limitam a qualidade de vida da crescente população idosa do país e, como em outras situações de doença, buscam-se diferentes formas de solucionar o problema, envolvendo ou não os serviços de saúde formais. Este estudo qualitativo-exploratório visou compreender os itinerários de cura e cuidado de um grupo de idosos com perda auditiva. Realizamos entrevistas semiestruturadas com sujeitos com prescrição médica para uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e que frequentavam um grupo de apoio a idosos em um serviço de audiologia. Os dados foram apresentados em duas categorias de análise: 1) A percepção da perda auditiva pelos sujeitos e seus familiares; 2) Itinerários de cura e cuidado. Os relatos apontaram as implicações negativas da perda auditiva no convívio com seus familiares. Observamos a busca de soluções nos setores informal, popular e profissional. Em todas as situações, os sujeitos relataram a busca da "cura", não encontrada em nenhum desses setores. No setor profissional, receberam indicação do AASI como única "solução". Identificamos a dificuldade de acesso ao tratamento indicado e a falta de apoio e acompanhamento após a aquisição do AASI. Como aspectos positivos, houve a participação no grupo de idosos e uma estratégia que propiciou acolhimento, compreensão da doença e adesão ao tratamento. Compreender o problema de saúde a partir da forma como o idoso vê sua doença pode melhorar a comunicação entre profissional de saúde e paciente, essencial em qualquer encontro no sistema de saúde.
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