Resumo: A teoria do capital social enfatiza a confiança interpessoal como um facilitador da cooperação entre os indivíduos, crucial para a formação de organizações autônomas da sociedade civil e para o engajamento dos cidadãos em questões de interesse público. Em que pese a centralidade da confiança para o conceito de capital social, pesquisas empíricas recentes têm demonstrado que o seu efeito sobre a participação cívica é, na melhor das hipóteses, fraco. Este artigo propõe um modelo empírico interativo, onde o efeito da confiança interpessoal é condicionado por elementos motivacionais da participação
RESUMO Introdução Décadas de pesquisas sobre a opinião pública demonstraram que a maioria das pessoas é altamente desinformada a respeito da política. Entretanto, as consequências dessa desinformação sobre o comportamento eleitoral e sobre as atitudes dos cidadãos ainda parecem pouco claras, especialmente quando se trata de jovens democracias. Métodos Neste artigo, utilizamos simulações estatísticas de um eleitorado “completamente informado” a partir de dados do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) para responder às seguintes perguntas: (1) Como os brasileiros votariam caso fossem mais informados? (2) Como seriam as opiniões políticas dos brasileiros caso fossem mais informados? Aqui, "informação" se refere a conhecimento sobre a política e o governo de maneira geral Resultados Os resultados sugerem que os votos e as opiniões políticas dos brasileiros seriam diferentes caso eles fossem mais informados. A falta de informação parece direcionar sistematicamente as preferências coletivas, sugerindo que tais erros não são aleatórios, mas sim produto de assimetrias de informação entre os cidadãos Discussão Essas assimetrias podem ser especialmente problemáticas quando se trata de quais opiniões são levadas em consideração pelos representantes dos eleitores, ao tomarem decisões importantes. Os efeitos da desinformação política têm sido vistos sob diferentes olhares pela Ciência Política. Embora alguns teóricos argumentem que a falta de informação não tem efeitos significativos sobre a democracia, outros creem que ela pode trazer consequências notáveis para as escolhas coletivas e para as atitudes políticas dos cidadãos. Nossos resultados nos colocam ao lado do segundo grupo de pesquisadores.
Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar os determinantes da percepção dos deputados federais no Brasil sobre a influência que a mídia tem em suas opiniões e votos. Nosso referencial empírico são quatro rodadas de surveys presenciais aplicados a amostras representativas da Câmara dos Deputados entre 2011 e 2014. Ao todo, foram realizadas 954 entrevistas com parlamentares em exercício durante a 54a Legislatura. Os resultados mostram que o relato de maior influência está associado a hábitos midiáticos, a fatores político-ideológicos e a características sociodemográficas de cada parlamentar. Mais especificamente, registram maior influência da mídia os deputados federais que leem com maior frequência colunistas de política da mídia de referência nacional, os filiados a partidos de centro-direita e os novatos na Câmara. Por outro lado, identificamos menor influência da mídia entre os deputados que integram a bancada evangélica e entre os mais velhos. Nossos achados são compatíveis com as expectativas teóricas de que a mídia exerce influência sobre legisladores por meio de um efeito instrumental, compatível com a teoria de usos e gratificações.
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