Contextos de exclusão conformam ciclos de marginalização de grupos populacionais, como a população em situação de rua (PSR). Nesse contexto violações de direitos humanos são recorrentes, em especial a dificuldade de acesso à saúde. A efetivação das políticas para a PSR nas cidades brasileiras ainda é escassa, por sua restrição a cidades de médio e grande porte e ao parco investimento público. Dessa forma, o estudo tem por objetivo investigar os percursos de cuidado à saúde da PSR em um município de pequeno porte. Foram realizadas observações de campo e entrevistas semiestruturadas para identificação e compreensão dos recursos acionados nas trajetórias de cuidado à saúde, que foram analisadas a partir da análise de conteúdo temática. Ressaltaram-se as diversas estratégias desenvolvidas pelo público diante da negação do direito à saúde e ao autocuidado. Destacam-se entre os resultados a precariedade de ofertas ao cuidado da saúde da mulher, a restrição do cuidado em saúde ao uso de substâncias psicoativas, de cunho medicalizante e centrado no paradigma da abstinência. Observou-se a importância da moradia para o cuidado integral, e das redes sociais e comunitárias como forma de restabelecimento da saúde nas ruas.
Resumo A população em situação de rua (PSR) constitui-se como um público crescente nas cidades, refletindo processos sociais desiguais e excludentes. Entre as barreiras para o acesso aos direitos sociais básicos, destaca-se a negação do direito à saúde a essas pessoas. Poucos estudos buscam conhecer as estratégias desenvolvidas pela PSR diante da carência de serviços públicos e das barreiras de acesso aos existentes. Diante disso, buscou-se identificar e analisar os itinerários terapêuticos da PSR em um município de pequeno porte. Foi utilizada a triangulação de métodos qualitativos para a coleta de informações por meio de observações participantes e entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistados sete homens e uma mulher, e o conjunto de dados foi analisado com base na análise temática. Ressalta-se, nos relatos, a utilização de redes de apoio social como fonte prioritária de cuidado, por intermédio do autocuidado, da automedicação, do uso da medicina popular e da mudança na rotina da vida nas ruas para recuperação da saúde. Tais redes também são alternativos à garantia de acesso aos serviços públicos. Evidencia-se a negação do direito à saúde decorrente do processo de exclusão social a que estão submetidos. Destaca-se o compartilhamento de uma visão de saúde ampliada, relacionada aos determinantes sociais do processo saúde-doença. Diante desse panorama, é fundamental que o setor profissional de cuidado à saúde promova ações que permitam o cuidado contínuo e integral da PSR.
Pessoas em situação de rua (PSR) foram historicamente negligenciadas nas políticas públicas de saúde, realidade que vem mudando nos últimos anos. Investigou-se como são relatadas as ações de cuidado à saúde para a PSR através de uma revisão da literatura, destacando-se possibilidades e desafios. Os relatos de experiência revisados concentram-se em atividades desenvolvidas por equipes de Consultório na Rua (CR), buscando o cuidado integral à saúde, pautando-se na produção de vínculos e imersão no território. Dentre os desafios para o cuidado desse público estão: contornar as ações de repressão, enfrentar o déficit na formação, consolidar as ações intersetoriais e aprimorar as condições de oferta. As equipes de CR são importantes no cuidado à saúde e garantia dos direitos da PSR. Porém, não se problematiza o cuidado à saúde desse público na ausência do CR, como ocorre em cidades de pequeno e médio porte. Palavras-chave: população de rua; política de saúde; abordagem de tratamento interdisciplinar; psicologia comunitária.
RESUMO A oferta de estágios acadêmico-profissionalizantes é um recurso para reduzir lacunas relacionadas à formação para a atuação no campo de álcool e outras drogas. Apresentam-se reflexões acerca do projeto terapêutico singular (PTS) como tecnologia de cuidado na atenção psicossocial a pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas e os seus efeitos da sua adoção na formação de estudantes de Psicologia. A abordagem da família como unidade de cuidado, o estabelecimento de vínculos e o respeito à autonomia foram ressaltados no decorrer do desenvolvimento da experiência de estágio. Nota-se que o ato de cuidar é central para a consolidação de um modelo de atenção contra-hegemônico. Aponta-se ainda a necessidade de aprofundamento na construção teórica acerca do modelo de atenção de usuários de drogas na perspectiva da saúde pública.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.