A Salmonelose é uma enfermidade de grande importância mundial em Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). No Brasil, a Salmonella spp. é o segundo maior agente causador de doença envolvida nos surtos de DTAs, sendo a espécie entérica a que mais acomete os seres humanos através do consumo de água e alimentos contaminados. Após a ingestão do alimento contaminado pela bactéria, esta faz adesão, invasão, se replica e provoca danos no hospedeiro. O indivíduo acometido pode ser tratado com uso de antibióticos caso apresente febre entérica, porém nos casos de gastroenterite o uso não é indicado. Dessa forma, a prevenção da salmonelose é de grande relevância, pois nem todos os casos há sintomatologia ou notificação. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura e abordar as informações sobre as formas de transmissão, sintomatologia apresentada pelos indivíduos acometidos, os alimentos envolvidos, a patogenicidade, medidas profiláticas e a importância na saúde pública, da Salmonella spp., visto que é de grande importância o conhecimento dos surtos para que assim, sejam adotadas medidas de monitoramento e controle da doença.
O trabalho teve como objetivo analisar os 438 casos notificados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e definir um perfil epidemiológico da leptospirose na região metropolitana I do estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2015 a 2019. A leptospirose é uma zoonose de notificação obrigatória e de suma importância para a saúde pública devido a elevada incidência de novos casos e pelo seu alto grau de transmissão, principalmente durante períodos de enchentes. Os resultados obtidos através da plataforma DATASUS-TABNET confirmaram a maior prevalência de casos positivos da doença na cidade do Rio de Janeiro e nos municípios da Baixada Fluminense, além disso, observou-se o maior acometimento de indivíduos do gênero masculino, de faixa etária entre 20 a 59 anos e que possuíam um baixo grau de escolaridade, foi verificado um alto percentual de cura nos acometidos, indicando uma melhora considerável desses pacientes. Pôde-se concluir que a prevalência da leptospirose está intimamente relacionada a fatores socioeconômicos como saneamento básico, acesso à informação e uma adequada infraestrutura no local de residência dos acometidos.
ResumoO estudo teve como objetivo diagnosticar microscopicamente e molecularmente a presença de oocistos de Cryptosporidium spp. provenientes de amostras fecais de pombos (Columba livia) no município do Rio de Janeiro. As amostras fecais foram coletadas frescas, logo após as aves defecarem e acondicionadas sob refrigeração e encaminhadas para o processamento e pesquisa de oocistos de Cryptosporidium spp. ao laboratório de Protozoologia do Departamento de Parasitologia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. As amostras foram submetidas a técnica de centrifugação e flutuação com solução saturada de açúcar e as lâminas observadas com objetiva de 40X. Nas amostras positivas para a presença de oocistos de Cryptosporidium spp. foi realizada a extração de ácido desoxirribonucleico (DNA) para uso nas reações em cadeia pela polimerase (PCR) e Nested-PCR. Um total de 387 amostras fecais de pombos foram obtidas, no diagnóstico microscópico foi possível a observação de oocistos deste parasita em 81 amostras (20,93%). Destas, 53 amostras amplificaram DNA específico para Cryptosporidium spp. na reação da Nested-PCR. Mundialmente, Cryptosporidium spp. parasitando pombos é assinalado em apenas quatro países: Turquia, China, Irã e Tailândia. O resultado encontrado neste trabalho, em três bairros populosos do município do Rio de Janeiro, revelou ser preocupante, por serem áreas onde há uma quantidade acentuada da população animal e humana, facilitando a dispersão e contaminação ambiental dos oocistos. Este é o primeiro registro no Brasil de parasitismo de Cryptosporidium spp. tendo como hospedeiro o pombo e estes resultados, não devem ser negligenciados.Palavras-chave: Columbidae, Rio de Janeiro, Criptosporidiidae, diagnóstico microscópico, diagnóstico molecular. AbstractThe aim of this study was to diagnose microscopically and molecularly the presence of Cryptosporidium spp. oocysts from pigeons (Columba livia) faecal samples in Rio de Janeiro city. The fecal samples were collected fresh, after the birds defecated and conditioned under refrigeration and sent to the processing and research of Cryptosporidium spp. oocysts to the protozoology laboratory of the Parasitology Department, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. The samples were submitted to centrifugation and flotation with saturated sugar solution technique and the slides observed with a 40X objective. In the positive samples for the Cryptosporidium spp. oocysts the extraction of deoxyribonucleic acid (DNA) for polymerase chain reaction (PCR) and Nested-PCR was performed. A total of 387 pigeons faecal samples were obtained, in the microscopic diagnosis it was possible to observe oocysts of this parasite in 81 samples (20.93%). Of these, 53 samples amplified DNA specific for Cryptosporidium spp. in the Nested-PCR reaction. Worldwide, Cryptosporidium spp. parasitizing pigeons is reported in only four countries: Turkey, China, Iran and Thailand. The results found in this study, in three populated neighborhoods of Rio de Janeiro city, were worrisome becau...
Este estudo teve como objetivo realizar uma análise epidemiológica de casos da Doença de Chagas registrados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no Brasil no período compreendido entre 2009 a 2019. Nas quais as variáveis aplicadas foram: ano, mês, região de notificação, modo provável de infecção, faixa etária, gênero e evolução. No período estudado foram registrados, no território brasileiro, 2.821 casos confirmados da Doença de Chagas, onde foi possível observar uma crescente número de casos. O ano de 2018 destacou-se como o de maior incidência até o atual momento, tendo como modo provável de infecção a transmissão via oral que representou 85,6% das notificações totais, com evidência a partir do ano de 2014 e sendo o açaí o causador dessa mudança no cenário de transmissão. A curva epidemiológica de notificações por mês evidenciou um padrão de distribuição sazonal, devido os picos nos meses de outubro e declives durante os meses de março, correferindo com as características do vetor e safras de açaí. As maiores taxas de incidência ao longo dos anos ocorreram na Região Norte, onde apresentou 98,8% no ano de 2016, fato esse justificado devido ao alto consumo do fruto no estado do Pará. Os indivíduos mais acometidos foram os do sexo masculino, em uma faixa etária compreendida entre 20-59 anos, sendo esta a população economicamente ativa. Apesar das variáveis com valores espantosos, 1,45% dos pacientes chagásico evoluíram para óbito evidenciando a baixa relação da doença de Chagas com a mortalidade. É necessário reconhecer a amplitude do quadro e atuar em diferentes frentes para que estes índices diminuam. Sendo notório a estruturação de uma vigilância epidemiológica e sanitária na região mais acometida, a necessidade de ações de conscientização e educação para a população.
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